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PRIVATIZAÇÃO
SP consegue cassar liminares que impediam leilão da empresa; preço mínimo é de R$ 651,5 mi
Paranapanema tem 4 pretendentes
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
Duas empresas norte-americanas, uma brasileira e uma belga
depositaram garantias ontem para participar do leilão da Companhia de Geração de Energia Elétrica Paranapanema, a primeira empresa geradora de energia de São
Paulo a ser privatizada.
Das quatro concorrentes, apenas a norte-americana Duke não
tem negócios no país. A outra empresa dos Estados Unidos, a AES,
é dona de uma das distribuidoras
de energia do Rio Grande do Sul e
é sócia da Light e da Eletropaulo
Metropolitana.
A belga Tractebel comprou no
ano passado, por R$ 945,7 milhões, o controle da Gerasul, a primeira geradora de energia privatizada no país.
O concorrente nacional é o
VBC, consórcio criado pelas empresas Votorantim, Bradesco e
Camargo Corrêa para atuar na
área energética -entre outros
negócios, é dono da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e
detém o controle de outra distribuidora de energia gaúcha.
Liminares
O governo paulista conseguiu
cassar ontem no Tribunal Regional Federal as duas liminares que
impediam a realização do leilão.
Se nenhuma nova liminar for
concedida, a privatização será
realizada às 9h na Bovespa (Bolsa
de Valores de São Paulo).
O secretário de Energia, Mauro
Arce, acredita que o ágio será superior a 50% caso as quatro empresas participem do leilão. "Poderá haver composição entre elas
nas horas que antecedem a privatização", observou Arce.
A Paranapanema é 1 das 3 empresas geradoras de energia que
resultaram da cisão da Cesp. As
duas restantes deverão ser privatizadas até o final do ano.
A empresa ficou com 8 das 23
usinas da Cesp e tem capacidade
instalada para geração de 2.307
MW (de um total de 12,5 mil MW,
se forem consideradas todas a usinas que pertenciam à Cesp).
O governo fixou o preço mínimo da Paranapanema em R$
651,5 milhões. O vencedor do leilão terá de pagar mais R$ 21,1 milhões, referentes ao desconto que
será dado aos funcionários da
empresa na compra de ações.
No leilão, serão vendidos
38,66% do capital da estatal. Desse percentual, 36,92% são ações
ordinárias e 1,74%, preferenciais.
O número de ações ordinárias
corresponde a 71,27% do capital
votante da empresa -que determina o controle acionário.
O Sinergia (Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo)
realizará manifestação contra a
venda na frente da Bovespa. "Privatizar uma hidrelétrica significa
correr o risco de perder o controle
sobre as águas", diz Amarildo Dudu Bolito, diretor da entidade.
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