São Paulo, Quarta-feira, 28 de Julho de 1999
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NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Mário Covas nunca apareceu tanto nas Globos.
Desde o Bom Dia Brasil, esteve nos telejornais estaduais e nacionais e na Globo News o dia todo.
Por vezes, num mesmo programa, entrou falando sobre mais de um assunto. Falou sobre a Ford, é claro:
- Em se tratando de favor fiscal, nada mais lógico que, em contrapartida, a empresa garanta o seu investimento inicial feito noutro Estado. E, portanto, garanta os empregos.
Falou sobre a Febem, de um ou outro funcionário que se provar relapso:
- Vai para o olho da rua!
Falou até sobre a ocupação da cidade de Anhembi pelos sem-terra. E foi até lá.
Mas o que importou mesmo foi a Ford.
Na edição das declarações de Covas, dos sindicalistas e da montadora, a Globo deu apoio de última hora ao governador, em sua grita contra a transferência de empregos.

ACM escolheu dia errado e projeto mais errado ainda para se lançar em sua nova carreira de Jânio Quadros.
Não podia ser mais claro em seus propósitos, tirando de tudo o que soasse de classe média para cima:
- Quem compra perfume, quem toma uísque, vinho, quem compra roupas mais caras, gravatas, sapatos etc. tem que pagar.
Foi cômico, até por insistir, contra o óbvio, que não estava criando impostos. Record e Globo News caíram.
Mas a Rede Globo nem colocou nas manchetes do Jornal Nacional.

A Globo levou para as manchetes, ele sim, o ministro das Relações Exteriores, para falar de Mercosul.
Míriam Leitão já dizia, de manhã, no Bom Dia Brasil:
- O Itamaraty deveria estar à frente, negociando o assunto, não Clóvis Carvalho.
É o velho jogo de monetaristas e desenvolvimentistas, com a Globo entre os primeiros.


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