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SÃO PAULO
Empresa acusada é de doador de campanha de Covas
TCE aponta superfaturamento de R$ 14 milhões na Dersa
em Brasília
Um despacho do TCE aponta
prejuízo de R$ 14 milhões aos cofres públicos em seis contratos da
Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) com a Power Serviços
de Vigilância.
Segundo o despacho do conselheiro Antonio Roque Citadini,
houve superfaturamento da ordem de 157% nos contratos, falsificação de documentos e irregularidades nas licitações.
A Power faz parte do grupo Tejofran, pertencente ao empresário
Antonio Dias Felipe, compadre e
doador de campanha do governador Mário Covas (PSDB).
A Dersa é uma empresa de capital misto cujo maior acionista é o
Estado de São Paulo. Os contratos
foram assinados em 93, na administração de Luiz Antonio Fleury
Filho (então no PMDB), e prorrogados até hoje por Covas.
De acordo com o TCE (Tribunal
de Contas do Estado), a Emtel Recursos Humanos Terceirizados,
que precedeu a Power, cobrava
R$ 3,54 por hora de vigilância, enquanto a empresa do grupo Tejofran cobrava R$ 9,12.
Segundo o TCE, o superfaturamento provocou R$ 12,3 milhões
de prejuízo aos cofres públicos.
A própria Dersa detectou o superfaturamento em uma sindicância interna e moveu ação ordinária de cobrança contra a Power
no valor de R$ 1,4 milhão (prejuízo estimado até março de 98).
Além disso, o TCE descobriu
que documentos da Dersa foram
fraudados, causando um prejuízo
de mais R$ 285 mil ao Estado.
Embora uma resolução de 95 tenha baixado esse valor para R$
234 mil, o próprio Estado pagou
os R$ 285 mil, sem justificativa.
O TCE deu prazo de 30 dias para
que a Dersa apresente sua defesa.
A estatal informou ontem que só
vai se manifestar perante o TCE,
dentro do prazo estipulado.
Lelivaldo Benedicto Marques,
diretor da Power, disse que falaria
até o final da tarde, mas não respondeu até o fechamento desta
edição.
(RICARDO GALHARDO)
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