São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2001

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SENADOR SOB PRESSÃO

Senador não nega existência de conta

Jader fazia aplicações pessoalmente, diz ex-gerente de agência do Itaú

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O gerente da agência Jardim Botânico do Banco Itaú em 1984, época dos desvios do Banpará, Getúlio Mota Neto, disse ontem que o senador Jader Barbalho (PMDB), na época governador do Pará, fazia pessoalmente suas aplicações em títulos ao portador.
Segundo Mota, o investimento preferido por Jader eram Certificados de Depósito Bancário (CDBs). As declarações foram prestadas ao delegado da Polícia Federal Paulo Lacerda, ontem, no Rio. Lacerda assessora o senador Romeu Tuma (PFL-SP) nos trabalhos da comissão do Conselho de Ética constituída para investigar se Jader faltou ou não com o decoro parlamentar.
Jader nunca negou que tivesse conta e investimentos na agência do Itaú, mas sempre negou ter se beneficiado de recursos do Banpará. Ao menos dois dos três integrantes da comissão (Romeu Tuma, do PFL e Jefferson Péres, do PDT) têm dito que estão convencidos do envolvimento dele em operações irregulares com dinheiro do Banpará. Falta cotejar as declarações que Jader tem dado a respeito para identificar se ele mentiu sobre o assunto no exercício do mandato em curso.
Será convidado a depor na comissão o ex-gerente do Banpará Marcílio Guerreiro de Figueiredo, que assinou parte dos cheques administrativos utilizados nas operações irregulares. Um dos únicos punidos depois de identificada a fraude, Figueiredo foi demitido do Banpará em 1984.
Péres anunciou que pedirá um prazo extra de dez dias, a contar de 3 de setembro, para a apresentação do relatório da comissão.



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