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SENADOR SOB PRESSÃO
Senador não nega existência de conta
Jader fazia aplicações pessoalmente, diz ex-gerente de agência do Itaú
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O gerente da agência Jardim Botânico do Banco Itaú em 1984,
época dos desvios do Banpará,
Getúlio Mota Neto, disse ontem
que o senador Jader Barbalho
(PMDB), na época governador do
Pará, fazia pessoalmente suas
aplicações em títulos ao portador.
Segundo Mota, o investimento
preferido por Jader eram Certificados de Depósito Bancário
(CDBs). As declarações foram
prestadas ao delegado da Polícia
Federal Paulo Lacerda, ontem, no
Rio. Lacerda assessora o senador
Romeu Tuma (PFL-SP) nos trabalhos da comissão do Conselho
de Ética constituída para investigar se Jader faltou ou não com o
decoro parlamentar.
Jader nunca negou que tivesse
conta e investimentos na agência
do Itaú, mas sempre negou ter se
beneficiado de recursos do Banpará. Ao menos dois dos três integrantes da comissão (Romeu Tuma, do PFL e Jefferson Péres, do
PDT) têm dito que estão convencidos do envolvimento dele em
operações irregulares com dinheiro do Banpará. Falta cotejar
as declarações que Jader tem dado a respeito para identificar se
ele mentiu sobre o assunto no
exercício do mandato em curso.
Será convidado a depor na comissão o ex-gerente do Banpará
Marcílio Guerreiro de Figueiredo,
que assinou parte dos cheques administrativos utilizados nas operações irregulares. Um dos únicos
punidos depois de identificada a
fraude, Figueiredo foi demitido
do Banpará em 1984.
Péres anunciou que pedirá um
prazo extra de dez dias, a contar
de 3 de setembro, para a apresentação do relatório da comissão.
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