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Juros fazem dívida de empresas com o INSS chegar a R$ 176 bilhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida de empresas e contribuintes com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) alcançou
R$ 176,6 bilhões em julho. Os números foram apresentados ontem
ao CNPS (Conselho Nacional de
Previdência Social) e correspondem a quase sete vezes o déficit
previsto para este ano só com o
regime de aposentadorias do setor privado -R$ 26,1 bilhões.
Em maio, o ministro Ricardo
Berzoini (Previdência) divulgou o
valor total da dívida que o INSS tinha a receber até 30 abril deste
ano: R$ 153 bilhões. Nos três meses seguintes, o débito registrou
um crescimento de R$ 23 bilhões.
O coordenador-geral de matéria tributária da Procuradoria Federal Especializada do INSS,
ClaudioTerrão, explica que um
dos motivos para o aumento da
dívida ativa é a taxa de juros incidente sobre o valor que as empresas deixaram de recolher.
A taxa aplicada é a Selic, taxa básica de juros definida pelo Banco
Central. Outro fator para o crescimento do débito é o aumento da
fiscalização, que resulta em um
maior volume de notificações.
Ao divulgar os dados ao CNPS,
Terrão afirmou que o governo levaria cem anos para recuperar somente a dívida ativa -R$ 101,1
bilhões. Isso porque a procuradoria tem conseguido reaver cerca
de R$ 1 bilhão por ano. As empresas contestam o valor da dívida
apresentado pelo INSS.
Diante dos números, o CNPS
formou um grupo de trabalho para estudar propostas que possam
acelerar a cobrança da dívida.
O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Álvaro
Sólon, anunciou ontem que no
próximo mês o governo divulgará
a nova lista dos devedores do
INSS. Em maio, o ministro Berzoini tornou pública a lista dos
pouco mais de 176 mil devedores
da Previdência.
(JULIANNA SOFIA)
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