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RUMO A 2006
PT já pensa em alternativas a Lula em eleição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O envolvimento do ministro da
Fazenda, Antonio Palocci, na crise reabriu os cenários traçados
por integrantes da cúpula petista
para o caso de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ficar impossibilitado de disputar a reeleição.
Palocci era unanimidade como
"plano B", mas a certeza acabou
com a acusação de que ele teria
comandado esquema de propina
em sua segunda gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), em
2001 e 2002.
Dois nomes largam na frente no
caso de um vácuo na candidatura
presidencial, segundo avaliações
no PT: os senadores Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy.
Mercadante tem pontos a seu
favor. Ele está hoje numa posição
privilegiada no partido. Foi o único cardeal do PT a passar incólume pela crise. É identificado com
o establishment petista, mas tem
apelo à esquerda.
O senador rejeita a especulação.
"Não vejo espaço para essa discussão no momento, nem vejo razão pela qual o presidente Lula
deixaria de ser candidato", diz o
líder do governo no Senado.
Já Suplicy seria uma opção para
um discurso de defesa da ética,
antiga bandeira do senador, que
também está passando incólume
ao escândalo até aqui. Ele desagrada à cúpula partidária por ser
incontrolável e indisciplinado,
mas sua imagem pública positiva
se consolidou durante a crise, na
avaliação de caciques petistas.
O partido pode se ver forçado a
privilegiar o resgate de seu patrimônio ético sobre todos os outros
aspectos, dependendo do tamanho do estrago feito pelo escândalo sobre sua imagem.
Mas Suplicy também rechaça a
possibilidade. "A questão não está
posta hoje. Eu disse a Lula no final
do ano passado que apoiaria sua
reeleição e me candidataria ao Senado. Mantenho esta posição."
Outros nomes são citados internamente, mas todos têm problemas. Marta Suplicy, segundo um
auxiliar próximo, já enfrenta sua
própria "campanha difamatória"
desde que perdeu a prefeitura
paulistana, e não se disporia a
concorrer à Presidência.
O presidente do PT, Tarso Genro, mostrou falta de força interna
ao perder batalha contra o deputado José Dirceu. Marcelo Déda,
prefeito de Aracaju (SE), tem a
seu favor amizade com Lula, mas
é não tem expressão nacional.
Apoiar candidato de outro partido, como Ciro Gomes (PSB), representaria, nas palavras de um
deputado, "que o PT acabou".
Até agora, porém, a avaliação é
de que, mesmo abalado, Lula é
eleitoralmente mais forte do que
seus possíveis substitutos.
(FÁBIO ZANINI)
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