DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

Apuração inicial feita pela Casa Civil aponta que não são "frias" quatro notas fiscais que justificaram gastos de cerca de R$ 3.000 com cartões de crédito corporativos da Presidência da República.
A suspeita sobre as notas, referentes à compra de cartuchos de impressoras, havia sido levantada pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), integrante da CPI dos Correios, o que levou a ministra Dilma Roussef (casa Civil) a abrir uma sindicância sobre o caso.
Levantamento parcial da sindicância atesta que a empresa FR Comércio Serviço e Representação Ltda. está devidamente cadastrada como contribuinte no Distrito Federal e que tem como atividade o comércio varejista de artigos de papelaria.
Informe divulgado ontem pela Casa Civil informa que a empresa forneceu artigos para o Planalto "pelo menos de 2000 a 2004". Também afirma que, nas notas, há o atestado de servidores da Secom [Secretaria de Comunicação] de que o material adquirido foi efetivamente entregue".
De acordo com as notas fiscais analisadas por Álvaro Dias, a Presidência recorreu ao menos quatro vezes à empresa -entre fevereiro e agosto do ano passado- para compras emergenciais de cartuchos para impressora.
O principal ponto que levantou suspeita sobre a FR foi o perfil da empresa, cujo registro na Receita Federal corresponde a atuação no ramo de alimentação. As notas fiscais registram apenas o endereço de um apartamento e um número de celular.
O dono da empresa, Francisco Pereira Ramalho, não quis comentar ontem o assunto. Na sexta-feira, ele disse que sua empresa, que fica a cerca de 45 km do Palácio do Planalto, vendia de produtos de limpeza a material de informática, incluindo alimentos. Em seguida, em outro contato, afirmou que "sua empresa não tem prática de emitir nota e não fornecer". (SILVIO NAVARRO)


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