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Aécio é pivô de evento em Minas, que inclui ainda uma visita do presidente a Itamar Franco
A seis dias da eleição, FHC sobe no palanque de Serra pela 1ª vez
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez na campanha,
o presidente Fernando Henrique
Cardoso subirá no palanque do
tucano José Serra. O ato será na
segunda-feira, provavelmente em
Contagem (MG), ao lado do candidato do PSDB ao governo de
Minas, Aécio Neves. Objetivo:
tentar minar o PT no segundo
maior colégio eleitoral do Brasil e
levar Serra ao segundo turno.
No mesmo dia, FHC deverá visitar Itamar Franco, governador
de Minas, seu antecessor na Presidência e cabo eleitoral de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Ao mesmo tempo em que tenta ajudar
Serra, FHC quer fazer um gesto de
reconciliação com Itamar, com
quem esteve rompido durante
parte de seus dois mandatos.
A tentativa de reaproximação
com Itamar também é um modo
de tentar dividir com o PT o prestígio do ex-presidente no Estado.
Com a ajuda de Itamar, Lula cresceu nas pequenas cidades.
Na última semana, a campanha
Serra deu uma guinada em direção a Minas, onde Lula tem intenção de voto casada com a de Aécio: ou seja, no Estado, até pouco
tempo atrás Lula e Aécio venceriam a eleição no primeiro turno.
Essa estratégia é reflexo da inflexão na campanha após a pesquisa
Datafolha divulgada no domingo
passado, na qual ficou claro que
Lula cresceu após a série de ataques pesados desferidos por Serra
na TV. Os políticos passaram a ter
voz mais ativa na campanha. Diminuiu o poder da equipe de
marketing sobre a TV e a agenda
do candidato tucano ao Planalto.
A intenção de Serra é fazer com
que Aécio e FHC transfiram votos
para ele. Aécio, com o apoio de 18
partidos (nove formalmente e nove informalmente), continua a
crescer nas pesquisas (tem em
torno dos 50% dos votos).
Para ajudar Serra, o tucano mineiro cancelou toda a sua agenda
de quinta-feira para participar de
dois atos com o postulante presidencial. Esteve num encontro de
prefeitos e foi a um evento em
Uberaba. Detalhe: Aécio já havia
ido à cidade duas vezes e foi arrastado para o evento serrista.
Outro exemplo: o programa de
TV de Serra anteontem, segundo
brincadeira dos tucanos mineiros, parecia plataforma de candidato ao governo de Minas.
A colagem de FHC a Serra na reta final é outra reivindicação da
ala política, que teve atritos com o
marketing. O raciocínio dos políticos do PSDB e do PMDB é que,
fracassado o confronto de TV para derrubar Lula, Serra deve tentar se colar a bons cabos eleitorais
para evitar a derrota no primeiro
turno. Nesse contexto, FHC, cuja
imagem pessoal é melhor do que
a imagem do seu governo, é um
cabo eleitoral com potencial para
transferir votos preciosos no segundo maior colégio eleitoral.
Todo o entendimento político
para levar FHC a Minas, fazê-lo se
encontrar com Itamar e tentar
ajudar Serra a chegar à segunda
fase foi conduzido por Aécio.
O tucano mineiro e presidente
da Câmara esteve em Brasília anteontem à noite para se reunir
com FHC e acertar detalhes sobre
a agenda de segunda-feira. "Minas dará uma demonstração de
grandeza política e de conciliação
pelo futuro do Brasil", diz Aécio.
Após ver Itamar, FHC deverá
participar dos atos de campanha
de Serra e Aécio. As equipes dos
dois candidatos discutiam até ontem a agenda.
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