São Paulo, sábado, 28 de setembro de 2002

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PARANÁ

Costa nega acusações de falsificação em licitação de R$ 49 mil em Londrina

Delegado preso por fraude é afastado

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O ministro do Trabalho, Paulo Jobim Filho, afastou ontem, por 60 dias, o delegado regional do Trabalho no Paraná, Celso Soares Costa, preso na terça-feira acusado de fraude. Ontem, o TJ (Tribunal de Justiça) do Paraná indeferiu pedido de liminar para habeas corpus a Costa.
Costa é acusado de fraudar, em 1999, documentos de duas empresas concorrentes à sua, a Celta System, para vencer licitação na Comurb (Companhia de Urbanização de Londrina). A empresa de Costa venceu licitação, no valor de R$ 49 mil, para fornecer programas de gerenciamento de multas de trânsito.
O trabalho nunca foi feito, apesar de o pagamento ter sido efetuado pela Comurb, órgão da prefeitura de Londrina (380 km ao norte de Curitiba).
Ontem o escritório de advocacia Adolfo Góis, que defende o delegado regional do Trabalho, informou que agora irá esperar que o TJ do Paraná julgue o mérito do pedido de liberdade provisória.
Costa nega as acusações e está preso no Centro de Vigilância de Captura da Polícia Civil, em Curitiba. Deverá ser transferido para Londrina, onde corre seu caso, na próxima semana.
Costa é o primeiro empresário a ser preso por suposto envolvimento em um esquema de desvios de verbas em Londrina, que lesou em R$ 169 milhões os cofres municipais entre 1996 e 2000.
O então prefeito Antônio Belinati (ex-PFL) acabou sendo cassado, em 2000, por corrupção. Chegou a ser preso em duas ocasiões, e hoje responde aos processos sobre o desvio em liberdade.
A revelação do esquema abalou a política paranaense. Londrina é o segundo colégio eleitoral do Estado, e Belinati era homem de confiança do governador Jaime Lerner (PFL). Em sua campanha de 98, a vitória na cidade foi essencial para derrotar Roberto Requião (PMDB). Além disso, o ex-prefeito é marido da vice-governadora Emília Belinati (PTB).
Além da acusação de fraudar documentos para licitação, Costa sofre procedimento disciplinar do Ministério do Trabalho. Ele é acusado de cometer irregularidades à frente da Delegacia Regional do Trabalho do Paraná.


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