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PARANÁ
Costa nega acusações de falsificação em licitação de R$ 49 mil em Londrina
Delegado preso por fraude é afastado
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O ministro do Trabalho, Paulo
Jobim Filho, afastou ontem, por
60 dias, o delegado regional do
Trabalho no Paraná, Celso Soares
Costa, preso na terça-feira acusado de fraude. Ontem, o TJ (Tribunal de Justiça) do Paraná indeferiu pedido de liminar para habeas
corpus a Costa.
Costa é acusado de fraudar, em
1999, documentos de duas empresas concorrentes à sua, a Celta
System, para vencer licitação na
Comurb (Companhia de Urbanização de Londrina). A empresa de
Costa venceu licitação, no valor
de R$ 49 mil, para fornecer programas de gerenciamento de
multas de trânsito.
O trabalho nunca foi feito, apesar de o pagamento ter sido efetuado pela Comurb, órgão da prefeitura de Londrina (380 km ao
norte de Curitiba).
Ontem o escritório de advocacia
Adolfo Góis, que defende o delegado regional do Trabalho, informou que agora irá esperar que o
TJ do Paraná julgue o mérito do
pedido de liberdade provisória.
Costa nega as acusações e está
preso no Centro de Vigilância de
Captura da Polícia Civil, em Curitiba. Deverá ser transferido para
Londrina, onde corre seu caso, na
próxima semana.
Costa é o primeiro empresário a
ser preso por suposto envolvimento em um esquema de desvios de verbas em Londrina, que
lesou em R$ 169 milhões os cofres
municipais entre 1996 e 2000.
O então prefeito Antônio Belinati (ex-PFL) acabou sendo cassado, em 2000, por corrupção.
Chegou a ser preso em duas ocasiões, e hoje responde aos processos sobre o desvio em liberdade.
A revelação do esquema abalou
a política paranaense. Londrina é
o segundo colégio eleitoral do Estado, e Belinati era homem de
confiança do governador Jaime
Lerner (PFL). Em sua campanha
de 98, a vitória na cidade foi essencial para derrotar Roberto Requião (PMDB). Além disso, o ex-prefeito é marido da vice-governadora Emília Belinati (PTB).
Além da acusação de fraudar
documentos para licitação, Costa
sofre procedimento disciplinar
do Ministério do Trabalho. Ele é
acusado de cometer irregularidades à frente da Delegacia Regional
do Trabalho do Paraná.
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