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ELEIÇÕES 2008
Votos de idosos podem definir eleição em MG
Rubelita está entre as cidades que têm o maior número de eleitores para quem o voto não é obrigatório
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A RUBELITA (MG)
Dona Isaura e seu Pedro têm
mais de 70 anos e, portanto, votam se quiser. Mas em Rubelita, município do norte de Minas Gerais, os votos desses dois
e dos demais idosos têm um peso diferente e podem decidir a
eleição, o que força os dois candidatos a prefeito a apresentar
propostas exclusivas para a terceira idade.
Na cidade, a 660 km de Belo
Horizonte, pessoas acima de 70
anos aptas a votar representam
10% do eleitorado. Somados
aos jovens de 16 e 17 anos que já
têm o título de eleitor, o índice
de voto facultativo sobe para
15%, o mais alto percentual do
país, igual apenas a outros 13
municípios (em São Paulo, por
exemplo, o percentual é de 7%).
Rubelita, que já teve uma
eleição a prefeito decidida por
cinco votos de diferença, tem
7.344 eleitores, sendo 787 deles
acima de 70 anos e 317 entre 16
e 17 anos, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Isaura Madureira, 70, dispensa a opção de não ir às urnas. "É claro que vou votar.
Quero ajudar a mudar um pouco a cidade", afirma a aposentada, que vive sozinha num povoado a 38 km do centro.
Vizinho à dona Isaura, também sozinho, está Pedro Almeida, 80. "Nunca deixei de votar. Voto para ver se algum desses candidatos coloca uma ambulância ou um carrinho melhor para levar a gente para a cidade", diz o aposentado, que
gasta R$ 120 com táxi toda vez
vai ao centro de Rubelita.
Ciente das reclamações e do
valor de cada voto desses eleitores, os candidatos ao menos
sinalizam atenção a esse público. Devany Murta (PT), 55, incluiu um item específico aos
idosos em seu programa.
"Vamos criar abrigos de convivência para essas pessoas,
não de terceira idade, mas de
melhor idade. Para que elas
possam ocupar o seu tempo."
O petista terá como adversária Maria do Divino (PMDB),
68, conhecida como Dona Vina,
que já foi duas vezes prefeita da
cidade, entre 1997 e 2004. Ela
promete construir centros de
convivência e áreas de lazer.
"Eles não podem viver só em
casa. Sempre cobram da gente
mais opções para atividades,
para lazer", diz a peemedebista.
Como o município é pequeno, a campanha é feita de porta
em porta. Por isso, segundo os
candidatos, não é preciso sair à
caça dos idosos. O contato já
acontece naturalmente.
Leia mais sobre a viagem
dos repórteres da Folha
http://campanhanoar.folha.blog.uol.com.br
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