São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008

Votos de idosos podem definir eleição em MG

Rubelita está entre as cidades que têm o maior número de eleitores para quem o voto não é obrigatório

EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A RUBELITA (MG)

Dona Isaura e seu Pedro têm mais de 70 anos e, portanto, votam se quiser. Mas em Rubelita, município do norte de Minas Gerais, os votos desses dois e dos demais idosos têm um peso diferente e podem decidir a eleição, o que força os dois candidatos a prefeito a apresentar propostas exclusivas para a terceira idade.
Na cidade, a 660 km de Belo Horizonte, pessoas acima de 70 anos aptas a votar representam 10% do eleitorado. Somados aos jovens de 16 e 17 anos que já têm o título de eleitor, o índice de voto facultativo sobe para 15%, o mais alto percentual do país, igual apenas a outros 13 municípios (em São Paulo, por exemplo, o percentual é de 7%).
Rubelita, que já teve uma eleição a prefeito decidida por cinco votos de diferença, tem 7.344 eleitores, sendo 787 deles acima de 70 anos e 317 entre 16 e 17 anos, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Isaura Madureira, 70, dispensa a opção de não ir às urnas. "É claro que vou votar.
Quero ajudar a mudar um pouco a cidade", afirma a aposentada, que vive sozinha num povoado a 38 km do centro.
Vizinho à dona Isaura, também sozinho, está Pedro Almeida, 80. "Nunca deixei de votar. Voto para ver se algum desses candidatos coloca uma ambulância ou um carrinho melhor para levar a gente para a cidade", diz o aposentado, que gasta R$ 120 com táxi toda vez vai ao centro de Rubelita.
Ciente das reclamações e do valor de cada voto desses eleitores, os candidatos ao menos sinalizam atenção a esse público. Devany Murta (PT), 55, incluiu um item específico aos idosos em seu programa.
"Vamos criar abrigos de convivência para essas pessoas, não de terceira idade, mas de melhor idade. Para que elas possam ocupar o seu tempo."
O petista terá como adversária Maria do Divino (PMDB), 68, conhecida como Dona Vina, que já foi duas vezes prefeita da cidade, entre 1997 e 2004. Ela promete construir centros de convivência e áreas de lazer.
"Eles não podem viver só em casa. Sempre cobram da gente mais opções para atividades, para lazer", diz a peemedebista.
Como o município é pequeno, a campanha é feita de porta em porta. Por isso, segundo os candidatos, não é preciso sair à caça dos idosos. O contato já acontece naturalmente.


Leia mais sobre a viagem dos repórteres da Folha http://campanhanoar.folha.blog.uol.com.br


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