São Paulo, segunda, 28 de setembro de 1998

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Empresa não vê problemas

da Agência Folha

O presidente da indústria Bratac S/A e da Associação Brasileira das Indústrias de Fiação de Seda, Antônio Takao Amano, 55, disse à Agência Folha que o trabalho infantil na sericicultura é "uma questão familiar que não tem nada a ver com a empresa".
"Isso é por conta do produtor. Se utiliza criança, é por conta dele. Deve-se orientar esses produtores a não utilizar essa mão-de-obra", disse Amano.
O empresário disse que "talvez haja uma pequena utilização" do trabalho infantil, mas seria, a seu ver, "um trabalho leve", que consistiria em alimentar os bichos-da-seda com folhas de amora.
Para iniciar a criação do bicho, o produtor rural deve apresentar um projeto à Bratac, que dá auxílio técnico e esclarece dúvidas, antes de vender as larvas.
O gerente de depósito da Bratac em Glória de Dourados, Osmar Perez, 38, disse que a empresa tem se negado a aprovar projetos de famílias que utilizem mão-de-obra infantil.
O gerente disse que vê "com naturalidade" a mão-de-obra infantil, porque o serviço "não é forçado" e "tira as crianças da rua".
"Até já tive problemas com produtores por causa disso. Eles não concordam em proibir as crianças."



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