CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

O DNAEE (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) aprovou a participação de 41 empresas e duas pessoas físicas no leilão de privatização da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), marcado para dia 5 de novembro.
Entre os mais fortes concorrentes estão o grupo brasileiro VBC Energia (que reúne Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), os norte-americanos AES, CEA (Community Energy Alternative) e CMS, a Sithe (empresa francesa com sede nos Estados Unidos) e a belga Tractebel.
O DNAEE rejeitou apenas uma empresa que havia se inscrito na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) para participar do leilão.
O procedimento de inscrição, chamado de pré-identificação, não garante presença na disputa pela companhia.
Os interessados só poderão participar do leilão de privatização da empresa se depositarem garantias equivalentes a 10% do preço mínimo da empresa, fixado pelo governo paulista em R$ 1,77 bilhão.
Consórcios
Nos próximos dias devem ocorrer intensas negociações entre os interessados que se pré-identificaram na Bovespa. Grande parte deles deve se associar em consórcios para disputar a CPFL.
A expectativa do secretário de Energia de São Paulo, David Zylbersztajn, é que o número de participantes seja reduzido a um universo de 3 a 5 grupos.
O secretário acredita que o preço da empresa pode chegar a R$ 3,1 bilhões, expectativa que é confirmada pelo mercado.
Os consórcios já devem estar formados no momento de depósito das garantias. O grupo que optar por cheque administrativo deverá se identificar e apresentar a garantia no valor de R$ 177 milhões no dia 31 de outubro.
Mas analistas de mercado acreditam que a maioria dos participantes vai preferir entregar outros tipos de garantias, como ações e títulos públicos. Nesse caso, o prazo final é 4 de novembro, véspera da privatização.
Companhias gaúchas
Parte da lista dos interessados na CPFL coincide com as empresas que participaram do leilão de privatização das duas distribuidoras de energia do Rio Grande do Sul, realizado na semana passada.
A VBC ganhou a disputa pela Companhia Norte-Nordeste, junto com o Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) e a empresa norte-americana CEA (Community Energy Alternative). Os três estão inscritos para participar do leilão da CPFL e poderão ou não se associar novamente em um mesmo consórcio.
Entre as derrotadas no leilão do Sul que disputarão a CPFL estão a CMS, a Tractebel e a Cerj (Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro), controlada pela empresa chilena Chilectra.