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Legislação veta proposta de Pimenta
da Sucursal de Brasília
A proposta do ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) de
anular a venda da Embratel para a
MCI é conflitante com a legislação
que regulamenta as atividades de
telecomunicação no país.
Essa legislação afirma que os
controladores das empresas vendidas no leilão de privatização da
Telebrás não podem abrir mão do
controle acionário adquirido em
julho de 1998 por um período mínimo de cinco anos. Ou seja: a
MCI é obrigada a permanecer
com a Embratel até o segundo semestre de 2003.
Anteontem, ao lançar sua proposta como uma posição de governo, Pimenta disse que poderiam ocorrer saídas "políticas"
para o caso, mas se recusou a dar
mais detalhes.
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, disse ontem
que o ministro falou em nome do
governo. "A posição foi anunciada pelo ministro. Não há nada a
acrescentar, o ministro falou pelo
governo", disse.
O ministro voltou a defender
ontem o cancelamento do negócio, caso a MCI tenha desconfianças em relação ao comportamento do governo na privatização da
Telebrás. Ele afirmou que a multa
da Receita Federal será responsabilidade de um eventual novo
controlador da empresa -desde
que ela seja confirmada pelo parecer que está sendo preparado da
Advocacia Geral da União.
"Não há dúvida de que isso (o
débito) deve ser assumido pelos
controladores da empresa", disse.
"Quero deixar claro que não
aceitaremos qualquer inquinação
de que o governo não tem agido
corretamente. Essa é a posição do
governo brasileiro. Tenho absoluta consciência de que ele agiu com
firmeza, com correção. Não admitimos qualquer interpretação
contrária", afirmou.
Questionado pela Folha, o ministro não disse como se daria a
saída da MCI da Embratel. "Eu
não sei de que maneira isso aconteceria. Quem tem de falar é a
MCI. Deixe que ela se manifeste, e
aí nós falaremos."
Ontem, a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações informou que a proposta
brasileira de desfazer a venda da
Embratel já foi transmitida ao secretário de Comércio dos EUA,
William Daley. Isso teria acontecido na primeira semana de agosto, em um contato telefônico do
ministro com o secretário.
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