São Paulo, Quinta-feira, 28 de Outubro de 1999
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PDT x PT
Garotinho sobe o tom na disputa com Bri
Brizola não deveria opinar, diz pedetista

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
O governador do Rio, Anthony Garotinho, que criticou o presidente do seu partido, Leonel Brizola



SÉRGIO TORRES
da sucursal do Rio

Em mais um capítulo da crescente disputa entre os dois pedetistas, o governador do Rio, Anthony Garotinho, criticou ontem o presidente de seu partido, Leonel Brizola, por querer intereferir em seu governo.
"Quando Brizola era governador, ele nos convocou? Convocou alguém para dar opiniões no governo dele?", perguntou.
Garotinho afirmou que Brizola não está autorizado a falar em nome dele. "Ninguém tem procuração para falar em nome do governador do Estado", disse.
O encontro de Brizola com o deputado federal Carlos Santana, novo presidente do PT no Rio, teve pouca importância, segundo Garotinho.
"Essa reunião não serve para resolver um problema do govenro. Esse problema só quem pode resolver são o governador e o PT. Uma coisa é a aliança entre os partidos, outra coisa é o governo do Estado," disse o governador.
Garotinho afirmou que os pestistas demitidos esta semana do governo, ligados a Santana, não voltarão a trabalhar com ele.
"O PT que saiu não tem volta. O PT que ficou, sinta-se à vontade no meu governo, porque sempre foi correto", disse ele.
Santana foi ainda alvo de criticas do governador. "Não sou namorado de Carlos Santana para ele querer fazer chantagem comigo e ficar dizendo que vou embora, se você não me der um beijinho", afirmou Garotinho.

Mudança de rumo
Em nota divulgada ontem, Santana reiterou as decisões da convenção do PT, realizada no final de semana, quando foi decidida a entrega dos cargos ocupados por petistas no governo estadual.
A nota mostra mais uma mudança de rumo nas decisões do partido no Rio.
Na véspera, Santana havia admitido a possibilidade de uma revisão na decisão, após encontro com Brizola.
No texto de ontem, o diretório regional do partido afirma que foi aprovada "de forma clara e incontestável" a resolução que determina "a imediata entrega de todos os cargos de confiança ocupados por petistas no governo estadual".
Afirma ainda estar excluída da decisão a vice-governadora, Benedita da Silva, "por ocupar cargo eletivo".
Os três secretários estaduais filiados ao PT -Jorge Bittar, do Planejamento, Gilberto Palmares, do Trabalho, e Antônio Pitanga, da Ação Social, Esporte e Lazer- disseram ontem à Folha que esperam uma definição do diretório nacional, que se reúne no domingo, sobre o que fazer.


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