São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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PREVIDÊNCIA

Servidores estão parados há mais de 80 dias e governo diz ter só R$ 136 milhões anuais para negociar

Grevistas querem gratificação fixa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os servidores da Previdência Social, que estão em greve há mais de 80 dias, apresentaram durante a semana uma proposta de criação de uma gratificação fixa para corrigir a distorção salarial da categoria, o que representaria um custo anual de R$ 336 milhões.
O governo diz que só teria R$ 136 milhões anuais para negociar com a categoria.
A proposta é utilizar esse valor para criar uma gratificação por desempenho específica para os servidores da Previdência. Para Vladimir Nepomuceno, diretor do sindicato dos servidores, essa gratificação é injusta porque funcionários com as mesmas funções teriam salários diferentes.
Os grevistas insistem na gratificação fixa como forma de iniciar a reestruturação da categoria e a unificação das faixas salariais. Hoje, 30% da categoria recebe um valor adicional de 47,11% ganho na Justiça como adiantamento do plano de carreira.
A proposta do comando de greve é que esses servidores deixem de receber os 47,11% em troca da gratificação fixa, pois dessa forma a categoria teria os níveis de vencimentos unificados.
Até o momento, o governo aceitou atender três reivindicações: separar os servidores da Previdência do quadro geral dos servidores públicos, dar aumento de 9,5% e contratar inicialmente mais 5.000 servidores.
Ontem, seria realizada em Brasília uma plenária nacional do comando de greve para informar sobre as negociações com o governo e confirmar a continuidade da paralisação.

Reflexos
Nesta semana, continuam as reuniões entre o Ministério da Previdência Social e os grevistas.
Desde o início da paralisação dos servidores, mais de 700 mil benefícios deixaram de ser concedidos, segundo o sindicato.
Dos 39 mil funcionários ativos, 34 mil estão parados, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social.
O Ministério da Previdência não tem o número de funcionários em greve.


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