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O PRESO
Antes de prisão, diretor da Kroll
se disse aliviado com investigação
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco horas antes de ser preso
pela Polícia Federal sob acusação
de formação de quadrilha, o diretor de serviços financeiros da
Kroll no Brasil, Eduardo Gomide,
35, disse à Folha, por telefone em
sua casa, que a investigação da PF
estava lhe dando "um alívio".
"Acho bom que isso ocorra.
Acho absolutamente normal [a
operação]. Vamos pode ser ouvidos e prestar esclarecimentos",
disse Gomide, que até ontem não
havia sido intimado pela Polícia
Federal no decorrer do inquérito
da PF que investiga supostas irregularidades da empresa na investigação sobre a Telecom Itália.
"Nós queremos colaborar, deixar
claro qual é a nossa metodologia",
disse o diretor da Kroll.
Horas depois das declarações,
ele foi preso com outros quatro
funcionários na sede da Kroll em
São Paulo. Até o início da noite de
ontem, permanecia detido no
prédio da Superintendência da
PF, em São Paulo.
Seus advogados, procurados
pela reportagem ao longo do dia,
não foram localizados.
Código
Segundo Gomide alegou, de
manhã, a empresa, que atua há
dez anos no Brasil e tem 60 funcionários, segue um código criado
pelo governo norte-americano
pelo qual as filiais estrangeiras de
empresas sediadas nos Estados
Unidos ficam obrigadas a não
"comprar informações ou cometer qualquer tipo de ilegalidade".
O diretor da empresa ressalvou
que a filial brasileira não foi contratada para executar o "Projeto
Tóquio", nome que designa a investigação sobre Telecom Itália,
mas, sim, a filial da empresa na
Inglaterra.
Gomide voltou a negar que autoridades do governo brasileiro,
como o presidente do Banco do
Brasil, Cássio Casseb Lima, e o
ministro-chefe da Secretaria de
Comunicação do governo Lula,
Luiz Gushiken, tenham sido investigados pela empresa.
"O governo nunca foi alvo de
nenhuma investigação nossa",
afirmou o executivo.
Gomide colocou em dúvida a
autenticidade dos documentos
entregues pela Telecom Itália à
polícia (cerca de 80 relatórios, e-mails e imagens de vídeo), que deram origem à investigação sobre
os procedimentos da empresa.
"É de se estranhar que [a documentação] tenha sido enviada pela parte antagônica, uma empresa
que trava disputa judicial com a
outra", disse Gomide.
O executivo negou que a Kroll
tenha recorrido a métodos ilegais.
"Não cometemos nenhum ato
que embarace a empresa. A gente
tem sido massacrada pela imprensa, mas não existe absolutamente nada que seja antiético ou
ilegal", afirmou o executivo da
Kroll.
Gomide disse que a experiência
da empresa está acumulada em
investigações que beneficiaram
empresas e o instituições brasileiras. A Kroll trabalhou na auditoria da massa falida da Encol e na
atuação da máfia das liminares
das transportadoras de combustíveis.
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