São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2004

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Mais papéis vão surgir, afirma ex-araponga

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-araponga do Exército, o cabo reformado José Alves Firmino disse ontem à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que documentos sobre a ditadura militar (1964-1985) virão à tona porque agentes do serviço de inteligência os retiraram das dependências das Forças Armadas. Segundo ele, há arquivos nas dependências do Exército em Brasília e em Goiânia.
Em 1997, Firmino encaminhou à Comissão de Direitos Humanos da Câmara três caixas com informações sobre o regime militar, entre elas fotos de um homem nu, publicadas como sendo do jornalista Vladimir Herzog antes de ser morto nos porões da ditadura. O governo negou que seja Herzog. As fotos seriam de um padre.
"Ainda vão aparecer outros documentos porque outros agentes guardaram, inclusive sobre pessoas mortas no Distrito Federal", disse Firmino em audiência pública na Câmara. O Exército, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não iria se pronunciar sobre o depoimento.
Firmino declarou ter recebido as três caixas de documentos em sua casa em Goiânia em 1995, e desconfia que foram entregues por um oficial do Exército. Disse que decidiu falar porque foi torturado pela corporação em retaliação a seu desejo de entrar na Justiça contra o Exército. Ele recebe um terço dos vencimentos de um cabo e quer o salário integral.
"Tenho certeza que há documentos sobre o regime militar porque os vi tanto em Brasília quanto em Goiânia. Foram todos catalogados e colocados em capa dura como se fossem livros. Dá para encher alguns caminhões." Em Brasília esses documentos estariam no Pavilhão 31 de Março.


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