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CAMPOS
Militantes de Campista e Pudim se enfrentam em 2 locais e deixam saldo de pelo menos 1 ferido; Exército atuará
Disputa entre PDT e PMDB vira batalha de rua
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS
Militantes dos candidatos a prefeito de Campos (RJ), Geraldo Pudim (PMDB) e Carlos Alberto
Campista (PDT), se enfrentaram
ontem em ao menos dois pontos
da cidade. Houve troca de socos,
pontapés, pauladas e pedradas, o
que deixou pelo menos um ferido.
A violência entre as militâncias
e o uso ostensivo das máquinas
do governo estadual e da prefeitura em favor dos candidatos levaram o Tribunal Superior Eleitoral
a determinar o envio de tropas do
Exército a Campos no dia da eleição. Serão cerca de 600 militares
-300 da Brigada de Infantaria
Pára-Quedista, uma tropa de elite.
A animosidade entre partidários de Pudim e de Campista
transformou as imediações da
ponte Marcelo Martins -sobre o
rio Paraíba do Sul- em cenário
de luta-livre, por volta das 12h.
Uma caminhada do PDT foi interrompida por pessoas vestidas
com a camisa da campanha de
Pudim. Os pedetistas diziam que
o pessoal do PMDB estava atrapalhando o evento. Como eles não
se afastaram, a briga teve início.
Com a chegada de policiais, os
militantes se dispersaram. Ninguém foi preso. A polícia disse
não saber se houve feridos. Testemunhas do confronto afirmaram
à Folha que viram duas pessoas,
que seriam um homem e uma
mulher jovens, serem amparadas.
Já no bairro Parque Santa Rosa,
Andréa Cristina da Silva Leandro,
30, militante de Campista, foi
agredida a pauladas por partidários de Pudim. De acordo com o
relato que fez na 146ª DP (Delegacia de Polícia), ela se escondeu
dentro de casa, de onde foi retirada pelos adversários. Andréa sofreu escoriações pelo corpo.
A militante acusou Cláudia
Márcia Pereira de ter comandado
a agressão. Cláudia confirmou na
DP ter brigado com Andréa, mas
por problemas de vizinhança. Na
DP, Andréa vestia a camisa de
Campista. Cláudia, a de Pudim.
Anteontem, as vítimas foram
militantes do PMDB. A carreata
de partidários de Campista terminou no apedrejamento de um comitê jovem do PMDB, às 14h.
O ex-governador Anthony Garotinho, presidente estadual do
PMDB e prefeito por duas vezes
de Campos, disse que militantes
de Pudim foram atacados a pedradas e ovos. Uma pedra atingiu
a perna de Flávia Barbosa Ferreira, 21, militante do peemedebista.
Ontem, Garotinho mudou de
idéia em relação ao uso do Exército e defendeu a convocação. No
primeiro turno, ele e a mulher, a
governadora Rosinha Matheus
(PMDB), que também é de Campos, rejeitaram a proposta. "O clima criado pelo ambiente eleitoral
não é o de normalidade. Devido
ao acirramento da militância,
acho prudente a presença das tropas federais. No primeiro turno,
não havia necessidade, não havia
esse clima, não houve briga."
Adversário político de Garotinho, o prefeito Arnaldo Vianna
deixou o hospital onde estava internado desde segunda, vítima de
crise de hipertensão. Ele passou
mal quando soube que tinha sido
afastado da prefeitura pelo Tribunal de Justiça do Rio. Ação civil
pública acusa o prefeito de ter superfaturado shows realizados em
Campos a partir de 2001. O prefeito reassumiu o cargo após decisão
do Supremo Tribunal Federal.
Na sua ausência, Pudim, o vice-prefeito, assumiu o cargo, exonerou secretários e mandou arrombar gabinetes e armários. Ontem,
disse ter achado documentos que
comprovariam a corrupção na
gestão de Vianna, com quem
rompeu há dois anos. Ele não revelou quais documentos seriam.
Vianna atacou o vice. "Farei
uma varredura para saber se algo
importante foi extraído. No meu
gabinete, havia objetos particulares. Se sumiu alguma coisa, ele
[Pudim] será responsabilizado."
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