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Marinho diz que status de ex-ministro o fortaleceu
ADRIANO CEOLIN
EM SÃO BERNARDO DO CAMPO
O prefeito eleito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, afirmou ontem que o fato
de ter sido ministro no governo
Luiz Inácio Lula da Silva ajudou-o a conquistar financiamento para a sua campanha,
cujo orçamento previsto era de
R$ 15 milhões.
"Fui ministro de Estado e as
pessoas analisaram a qualidade
do meu trabalho", afirmou o
prefeito eleito, em entrevista à
Folha. Aos 49 anos, com dois
filhos e uma neta, Marinho pretende tirar uns dias de folga antes de iniciar a transição com o
prefeito Willian Dib (PSB).
FOLHA - Como o senhor conseguiu
mostrar para a sociedade que é mais
do que um sindicalista?
LUIZ MARINHO - Eu presidi o sindicato num momento de mudança no relacionamento. Isso
não é só responsabilidade minha exclusiva. É do time, mas é
também da cabeça do empresariado. Na época do Lula não havia esse espaço com esses empresários. Os enfrentamentos
das décadas de 80 e 90 levaram
a conclusão das partes de que
era preciso dialogar mais.
FOLHA - A sua campanha ficou conhecida como uma das mais caras
do país e recebeu apoio de empresários de fora de São Bernardo. A colagem da sua imagem com a do Lula
facilitou o financiamento?
MARINHO - Não sou só o amigo
do presidente. Tem tanta gente
que fala que é amigo do presidente e [os empresários] não
estão nem aí. Fui ministro de
Estado. As pessoas analisaram
a qualidade do meu trabalho
como ministro e dirigente sindical. E muita gente faz o seguinte: "esse moço tem uma estrada para navegar". Tem muita [gente] que me apoiava por
essa razão. [Essas pessoas] não
têm muitas vezes nem relação
com a cidade e falaram "pelo o
que você representa, pelo que
você fez nós vamos te apoiar".
FOLHA - Mas uma palavra do Lula
dizendo "esse é o meu candidato"
também ajuda, não é mesmo?
MARINHO - É possível que sim.
O presidente estava me apoiando pessoalmente. A história da
campanha milionária tem de
ser relativizada. Se olhar o que
o meu adversário [Orlando Morando, do PSDB] teve... Ele gastou muito mais do que eu. E não
contabilizado.
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