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ORÇAMENTO
Ministro da Previdência inclui fim de renúncia fiscal para clubes de futebol nas propostas de piso salarial de R$ 173
Ornélas cita 3 fontes para elevar mínimo
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Waldeck Ornélas
(Previdência Social) sugeriu ontem três fontes alternativas para
financiar o aumento do salário
mínimo para R$ 173: a cobrança
de contribuição previdenciária
dos servidores inativos, o fim da
renúncia fiscal para clubes de futebol e grandes empresas consideradas entidades filantrópicas e
a taxação dos fundos de pensão.
Segundo Ornélas, as três sugestões são fontes permanentes de
recursos na área da Previdência
Social que podem contribuir para
o reajuste do mínimo. No entanto, ele descarta a possibilidade de
usar o pagamento da dívida ativa
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) para assegurar o
aumento do salário mínimo.
"Isso não é admissível, porque
não é só dar entrada e receber o
dinheiro no dia seguinte. Há demora para receber esses créditos.
Sem contar que se trata de estoque e não de fluxo. Uma hora vai
acabar", explicou Ornélas.
Segundo ele, a dívida ativa da
Previdência está estimada em R$
73 bilhões. O ministro disse que
esse débito vem sendo pago por
meio do Refis (Programa de Recuperação Fiscal), de leilões de
Certificados de Dívida Pública,
em que as empresas podem quitar débitos à vista e com deságio, e
de parcelamentos sem juros.
Com a renúncia fiscal concedida ao clubes de futebol, a Previdência deixará de arrecadar R$ 61
milhões em 2001. No caso das entidades filantrópicas, a isenção
significará perda de R$ 2 bilhões.
O ministro defendeu a contribuição dos servidores inativos
que ganham acima de R$ 900 como forma de "corrigir uma injustiça". "Hoje os trabalhadores que
ganham um salário mínimo é que
estão pagando por meio de impostos essas aposentadorias acima de R$ 900", disse Ornélas.
Ele acrescentou que, no caso de
aprovação da medida no Congresso, os parlamentares só estariam confirmando uma posição
adotada no passado, quando foi
votada a contribuição dos inativos. "O Congresso já adotou (a
medida), mas foi sustada pelo Supremo Tribunal Federal", disse.
Ornélas ainda se mostrou favorável à taxação dos rendimentos
dos fundos de pensão. A negociação vem sendo comandada pelo
Ministério da Fazenda.
"É evidente que o governo não
proporia nada que tornasse pouco estimulante a acumulação de
poupança por meio da previdência complementar. Os próprios
fundos já reconhecem que a questão da imunidade é insustentável", avaliou Ornélas. A proposta
do governo, segundo o ministro, é
cobrar Imposto de Renda sobre a
diferença entre o aporte da empresa e o do empregado.
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