São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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Fiesp prevê 2003 de "sacrifícios"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de se reunir por uma hora com o presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), o presidente da Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp), Horacio Lafer Piva, disse que 2003 será muito difícil, que "sacrifícios terão de ser feitos" e que o PT está consciente desse cenário.
"O PT vai ter de fazer uma série de coisas no início do governo, inclusive perder provavelmente um ano para poder ter outros três anos de tranquilidade", declarou Piva, ao deixar o prédio do Banco do Brasil, em Brasília, no qual trabalha a equipe de transição do governo eleito.
O empresário defendeu a reforma tributária como condição fundamental para que o Brasil realmente assuma "uma ofensiva exportadora". "Está muito claro para todo mundo -agentes econômicos e políticos- que não podemos mais continuar retardatários da competitividade. E a coisa da reforma tributária tem tudo a ver com isso."
Segundo Piva, o fato de essa reforma constar da plataforma de todos os candidatos a presidente é sinal de que também está na pauta do Congresso. Sugere, então, que o PT aproveite o início do governo para aprovar a matéria.
No entanto, Piva diz que o novo governo não pode deixar para um segundo momento a reforma previdenciária, tratada como "buraco negro", pois seria resolver um problema de curto prazo e deixar um outro para trás.

Imposto de Renda
O presidente da Fiesp criticou a proposta que vem sendo debatida entre os petistas de fixar uma alíquota máxima de 35% para o Imposto de Renda. Hoje o maior desconto é de 27,5%.
"Eu não acho [essa idéia] boa a princípio. Ela acaba custando muito caro para a classe média. Está parecendo que a contrapartida das deduções não justifica um aumento tão significativo."
Sobre a outra proposta em discussão -a redução de 10% da jornada de trabalho para aumentar o nível de emprego- Piva afirmou que refletir "excesso de simplismo, um reducionismo".
Para o empresário, a redução da jornada não tem relação direta com a geração emprego na mesma proporção, mas sim com o aumento do custo da hora trabalhada e, consequentemente, dos preços e da inflação.
Piva minimizou a importância de ter empresários no governo, frisando que o importante é "uma boa interlocução" com o governo.
Ainda nesta semana, a Fiesp vai encaminhar ao coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci, um documento com propostas sobre as reformas trabalhista, tributária e previdenciária, setor de energia, crédito e capitalização de empresas. (AM)


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