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Fiesp prevê 2003 de "sacrifícios"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de se reunir por uma
hora com o presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), o presidente da Federação das Indústrias
no Estado de São Paulo (Fiesp),
Horacio Lafer Piva, disse que 2003
será muito difícil, que "sacrifícios
terão de ser feitos" e que o PT está
consciente desse cenário.
"O PT vai ter de fazer uma série
de coisas no início do governo, inclusive perder provavelmente um
ano para poder ter outros três
anos de tranquilidade", declarou
Piva, ao deixar o prédio do Banco
do Brasil, em Brasília, no qual trabalha a equipe de transição do governo eleito.
O empresário defendeu a reforma tributária como condição fundamental para que o Brasil realmente assuma "uma ofensiva exportadora". "Está muito claro para todo mundo -agentes econômicos e políticos- que não podemos mais continuar retardatários da competitividade. E a coisa
da reforma tributária tem tudo a
ver com isso."
Segundo Piva, o fato de essa reforma constar da plataforma de
todos os candidatos a presidente é
sinal de que também está na pauta do Congresso. Sugere, então,
que o PT aproveite o início do governo para aprovar a matéria.
No entanto, Piva diz que o novo
governo não pode deixar para um
segundo momento a reforma previdenciária, tratada como "buraco negro", pois seria resolver um
problema de curto prazo e deixar
um outro para trás.
Imposto de Renda
O presidente da Fiesp criticou a
proposta que vem sendo debatida
entre os petistas de fixar uma alíquota máxima de 35% para o Imposto de Renda. Hoje o maior
desconto é de 27,5%.
"Eu não acho [essa idéia] boa a
princípio. Ela acaba custando
muito caro para a classe média.
Está parecendo que a contrapartida das deduções não justifica um
aumento tão significativo."
Sobre a outra proposta em discussão -a redução de 10% da
jornada de trabalho para aumentar o nível de emprego- Piva
afirmou que refletir "excesso de
simplismo, um reducionismo".
Para o empresário, a redução da
jornada não tem relação direta
com a geração emprego na mesma proporção, mas sim com o aumento do custo da hora trabalhada e, consequentemente, dos preços e da inflação.
Piva minimizou a importância
de ter empresários no governo,
frisando que o importante é "uma
boa interlocução" com o governo.
Ainda nesta semana, a Fiesp vai
encaminhar ao coordenador da
equipe de transição, Antônio Palocci, um documento com propostas sobre as reformas trabalhista, tributária e previdenciária,
setor de energia, crédito e capitalização de empresas.
(AM)
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