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Para João Paulo,
FHC deixa quadro
"muito grave"
DA REDAÇÃO
O líder do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha (SP),
afirmou ontem acreditar ser
"muito grave" a situação deixada pelo atual governo, que está
sendo analisada pela equipe
petista de transição.
"Minha impressão é de que a
situação é muito grave. E nós
precisamos mostrar para o povo brasileiro que a casa que vamos herdar não é uma casa tão
bem pintada como muita gente
quer mostrar", disse o deputado em entrevista ao "Bom Dia
Brasil", da TV Globo.
João Paulo afirmou que o PT
quer manter o "clima de boa vizinhança" com o governo Fernando Henrique Cardoso, mas
que em breve o partido terá de
mostrar "o quadro da casa".
"É um aspecto bom e queremos manter isso [o bom relacionamento com o governo
FHC], porque o otimismo e a
esperança acabam impulsionando a economia e as relações
internacionais. Mas, de fato, vai
chegar o momento em que vamos ter de mostrar o quadro da
casa, para, inclusive, sugerir
mudanças", disse o deputado
no programa, afirmando que
"desse quadro, a sociedade vai
tirar sua avaliação".
João Paulo endossou ainda as
críticas ao PT feitas pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva, que chamou a atenção
para declarações de deputados
e integrantes do partido e criticou divisões internas no PT.
"Muitas vezes o pessoal do
PT tem um impulso para falar
coisas que não deve falar ou pelo menos não precisariam ser
ditas naquele momento. Precisamos tomar cuidado quando
falamos. Hoje as opiniões das
pessoas do PT têm um peso
muito maior do que tinham
antigamente. O alerta do presidente eleito é bem-vindo", disse o deputado.
"Temos pensamentos diferentes [dentro do partido]. O
PT é um partido plural. O que
importa é que, quando definimos uma linha, todo mundo
segue", disse, tentando amenizar as divisões do partido.
Na entrevista, João Paulo negou que esteja sendo difícil alguém aceitar ocupar a presidência do PT, uma vez que
quem assume o posto não pode
ter cargo no Executivo.
"A presidência do PT é um
posto que dá muito orgulho
para qualquer pessoa. Há uma
disputa pela presidência do
PT", afirmou.
"O que há neste momento é
uma composição do governo.
Então, como muitos líderes do
PT têm sido cogitados para o
governo, estamos aguardando
um pouco, para ver qual será a
equipe do presidente eleito e
ver quem vai assumir a função
de presidente do partido. Mas
tem muita gente de olho", afirmou o petista.
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