DA AGÊNCIA FOLHA

A Anistia Internacional divulgou anteontem nota criticando a Polícia Federal e o governo brasileiro por causa do assassinato, na semana passada, de uma testemunha-chave nas investigações contra o crime organizado no Espírito Santo.
"A maneira com que a Polícia Federal lidou com uma testemunha tão importante é, na melhor das hipóteses, extremamente negligente e, na pior, possivelmente cúmplice", diz a nota.
O agricultor Manoel Corrêa da Silva Filho foi assassinado na última sexta-feira por companheiros de cela após ter sido transferido da carceragem da PF para a Penitenciária Monte Líbano, no interior do Estado. O caso provocou a exoneração do superintendente da PF no Espírito Santo, Tito Caetano Correa.
Os depoimentos de Corrêa da Silva à missão especial enviada ao Estado para investigar o crime organizado tinham levado à localização de cemitérios clandestinos, ao esclarecimento de dois homicídios e a prisões.
O Ministério da Justiça não quis comentar a nota. A Polícia Federal disse que já tomou todas as providências para a apuração do caso. O secretário estadual de Justiça, coronel João Carlos Batista, disse que o governo do Estado não tinha recebido da PF a informação de que a testemunha não era "um preso comum".
(MAURO ALBANO)


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