São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

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PAINEL

No limite 1
Dez governadores pediram a Antonio Palocci uma audiência que pode ocorrer já nesta semana. Ameaçam dar calote nos exportadores de seus Estados se não receberem ajuda federal.

No limite 2
Em 2001, a União cobriu 50% das isenções concedidas pelos Estados aos exportadores. Em 2003, o governo federal entrou com apenas 19%. Para 2005, não há R$ 1 previsto no Orçamento.

Cabo-de-guerra
Segundo os Estados, isenções a exportadores totalizarão R$ 18 bi em 2005. Querem ser compensados com R$ 9 bi. A União fala em metade desse valor.

Na ponta do lápis
O Tesouro Nacional está preocupado com a Eletronuclear, que controla as usinas de Angra 1 e Angra 2. Não vê perspectiva de que tarifas e receitas cubram o custo operacional e a dívida da empresa com a Eletrobrás.

Monograma
Planador motorizado Ximango do governo do Paraná traz a inscrição "GRR". No Cessna usado pela administração se lê "MMS". Para a oposição, não é simples coincidência. As siglas significariam "governador Roberto Requião" e "Maristela Melo e Silva", a primeira-dama.

Peça a remover
O Planalto está convencido de que, enquanto Michel Temer for presidente do PMDB, persistirá a ameaça de o partido cair no colo dos tucanos na eleição de 2006. Mesmo que arranque cargos em penca do governo.

De que se trata
Não deve ser tomada pelo valor de face a afirmação de Lula de que jamais pediria ao PMDB para não ter candidato próprio em 2006. Ao cortejar essa sigla e o PP, o presidente tem em mente, acima de objetivos mais imediatos, o tempo de televisão de sua campanha reeleitoral.

Na mesma moeda
Articuladores de José Serra recebem reiterados sinais de que a bancada eleita pelo PT à Câmara está decidida a criar toda sorte de dificuldades para o sucessor de Marta Suplicy. Os tucanos avisam: se for assim, usarão os meios disponíveis para embaraçar a gestão que se despede.

Como em Brasília 1
Consenso na Assembléia paulista: a votação do Orçamento de 2005 do governo Alckmin deverá atrasar. A base aliada prevê aprovar a peça às vésperas do Natal, a exemplo do que costuma ocorrer no Congresso.

Como em Brasília 2
Dois fatores devem contribuir para o atraso na votação do Orçamento paulista: projetos de interesse do governo que ainda precisam ser apreciados, como a reestruturação da Polícia Militar e a cobrança do uso da água, e as negociações para a composição da nova Mesa diretora.

Regime de engorda
Estão na mesa do presidente do PSDB paulista, Antonio Carlos Pannunzio, 74 pedidos de filiação ao partido de prefeitos recém-eleitos por outras legendas.

Por mérito
O governador Paulo Souto (PFL) vai criar um prêmio para os municípios baianos que melhorarem seu IDH: R$ 3 milhões para um projeto social a ser escolhido em concurso entre as cidades cujo Índice de Desenvolvimento Humano tenha registrado oscilação positiva.

Ampulheta
Antes que se esgote o prazo para manter presos os acusados da Operação Anaconda, o Tribunal Regional Federal deverá julgar, na terceira semana de dezembro, a ação penal por formação de quadrilha, a maior das quatro denúncias oferecidas.

TIROTEIO

Do médico e deputado José Aristodemo Pinotti (PFL-SP), sobre a portaria do Ministério da Saúde que promete dar prioridade a emendas parlamentares que favorecerem a implantação do sistema de ambulâncias Samu, marca vendida com destaque pelo governo Lula:
-A meta do governo deveria ser, sempre, o bom funcionamento do SUS. Além disso, é no mínimo indelicado fazer publicidade com chapéu alheio.

CONTRAPONTO

Ao pé da letra

No domingo passado, ao entregar as obras de reforma do parque do Tietê, na capital paulista, Geraldo Alckmin decidiu tomar para si o papel de mestre-de-cerimônias do evento.
Na tarde ensolarada, microfone em punho, o governador tucano subiu ao palanque para apresentar correligionários e lideranças comunitárias que compareceram ao local, importante área de lazer na populosa zona leste de São Paulo.
Entre os convidados estava o vereador eleito pelo PSDB José Police Neto, filho de José Police Júnior, assessor da prefeitura para a área de finanças.
Quando chamou o rapaz a se apresentar no palanque, Alckmin tratou-o pelo apelido:
-Ele que é uma liderança entre a juventude, o Netinho!
O jovem tucano surgiu de bermudão, tênis e pirulito na mão. O governador comentou:
-Puxa, você veio a caráter!


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