São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

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Papéis estão na polícia em SP

DA REDAÇÃO

Desde o domingo passado, a Folha está publicando uma série de reportagens com detalhes inéditos sobre Josef Mengele, a partir de documentos pessoais do médico nazista da época em que ele viveu no Brasil, de 1960 a 1979.
Os papéis, a maioria em alemão, estavam esquecidos na Polícia Federal em São Paulo e foram resultado de uma investigação realizada nos anos 80 com o objetivo de confirmar se uma ossada encontrada no cemitério do Embu (Grande São Paulo) era realmente de Mengele. A Folha teve acesso exclusivo aos documentos e os interpretou com o auxílio de tradutores e revisores.
Entre cartas e fragmentos de um diário, o médico deixou transparecer que jamais se arrependeu dos crimes que cometeu contra os judeus do campo de concentração de Auschwitz, no período da Segunda Guerra. Por usar os prisioneiros como cobaias de experimentos pseudocientíficos, para tentar demonstrar a superioridade da raça ariana, ficou conhecido como "anjo da morte". A ele são imputadas as mortes de pelo menos 400 mil judeus.
As reportagens da Folha tiveram repercussão até no exterior. Jornais como "Clarín" (Argentina), "Bild" (Alemanha), "The Miami Herald" (Estados Unidos) e "The Independent" (Grã-Bretanha) deram destaque às revelações sobre Mengele.
Com a derrota da Alemanha na guerra, os líderes nazistas tiveram que fugir do país. Josef Mengele se refugiou na Argentina, no Paraguai e finalmente no Brasil.
Os papéis que estão na PF mostram ainda que o médico passou por dificuldades financeiras, pois tinha que comprar o silêncio dos que conheciam sua identidade. Morreu afogado em Bertioga (litoral de São Paulo), em 1979.


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