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Papéis estão na polícia em SP
DA REDAÇÃO
Desde o domingo passado, a
Folha está publicando uma série
de reportagens com detalhes inéditos sobre Josef Mengele, a partir
de documentos pessoais do médico nazista da época em que ele viveu no Brasil, de 1960 a 1979.
Os papéis, a maioria em alemão,
estavam esquecidos na Polícia Federal em São Paulo e foram resultado de uma investigação realizada nos anos 80 com o objetivo de
confirmar se uma ossada encontrada no cemitério do Embu
(Grande São Paulo) era realmente
de Mengele. A Folha teve acesso
exclusivo aos documentos e os interpretou com o auxílio de tradutores e revisores.
Entre cartas e fragmentos de um
diário, o médico deixou transparecer que jamais se arrependeu
dos crimes que cometeu contra os
judeus do campo de concentração de Auschwitz, no período da
Segunda Guerra. Por usar os prisioneiros como cobaias de experimentos pseudocientíficos, para
tentar demonstrar a superioridade da raça ariana, ficou conhecido
como "anjo da morte". A ele são
imputadas as mortes de pelo menos 400 mil judeus.
As reportagens da Folha tiveram repercussão até no exterior.
Jornais como "Clarín" (Argentina), "Bild" (Alemanha), "The
Miami Herald" (Estados Unidos)
e "The Independent" (Grã-Bretanha) deram destaque às revelações sobre Mengele.
Com a derrota da Alemanha na
guerra, os líderes nazistas tiveram
que fugir do país. Josef Mengele se
refugiou na Argentina, no Paraguai e finalmente no Brasil.
Os papéis que estão na PF mostram ainda que o médico passou
por dificuldades financeiras, pois
tinha que comprar o silêncio dos
que conheciam sua identidade.
Morreu afogado em Bertioga (litoral de São Paulo), em 1979.
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