São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

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Petista defende o controle das tarifas públicas

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem, em São Paulo, que o governo federal não poderá permitir o aumento das tarifas públicas como uma forma de também contribuir para o controle de inflação.
"Estou convencido de que todos nós saberemos controlar a inflação. A partir do governo, que não pode aumentar os preços por ele mesmo controlados", declarou o presidente eleito, ao deixar o prédio em que morava até ontem, em São Bernardo do Campo (SP).
Lula não deu detalhes, entretanto, de como pretende controlar esses valores já que, por contrato, tarifas como as de energia elétrica e de telefonia (móvel e fixa) podem ser reajustadas pela inflação.
Na campanha, o PT defendeu uma renegociação desses contratos que permitisse desatrelar possíveis aumentos do dólar. A afirmação de Lula foi feita um dia depois da divulgação do maior índice de inflação desde o início do Plano Real, segundo medição realizada pelo IGP-M em 2002.
O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, chegou a 25,31% no acumulado deste ano, contra 10,38% no ano passado.
Também ontem foi revelada estimativa feito pelo Banco Central (BC) de que haverá um aumento médio de 30,3% nas tarifas de energia elétrica em 2003 devido à alta do IGP-M, que corrige a maioria dos contratos do setor.
O reajuste previsto para as tarifas públicas, que respondem de modo direto a eventuais desvalorizações do real, é uma das principais fontes de pressão sobre os índices de inflação. A previsão é a de que, ao todo, o conjunto de tarifas públicas deva sofrer um aumento de 13,04% no próximo ano.
"A partir do dia 1º vai entrar uma nova equipe, novos ministros, e vamos começar a pensar em como fazer as coisas melhorarem para o Brasil. O importante é que estou muito otimista e acho que vamos fazer este país andar para a frente", disse Lula.
(PATRICIA ZORZAN)


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