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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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CAMPINAS

Viúva de petista tenta audiência com presidente

DA FOLHA CAMPINAS

A psicóloga Roseana Garcia, viúva do prefeito assassinado de Campinas Antonio da Costa Santos, vai tentar uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro, para pedir a reabertura das investigações do caso: "O dia ainda não foi definido. Mas o [senador Eduardo] Suplicy me garantiu que seria em janeiro".
Roseana deve entregar ao presidente um abaixo-assinado com 50 mil assinaturas, no qual pede a reabertura das investigações, com a participação da Polícia Federal.
As assinaturas foram colhidas pela internet e nas ruas de Campinas (SP). "Existem pontos que ainda precisam ser esclarecidos, como a perícia e o rastreamento dos telefonemas feitos na área próxima ao local do crime naquele dia", afirmou Garcia.
Além da carta encaminhada ao presidente da República, a viúva de Toninho divulgou ontem um manifesto, assinado por personalidades como o arquiteto Oscar Niemeyer, o sociólogo Francisco de Oliveira, a filósofa Marilena Chaui e o físico Rogério César Cerqueira Leite, que pede o prosseguimento das investigações.
Garcia ainda pretende demover o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, da idéia de impossibilidade de reabertura das investigações sobre o assassinato de seu marido. Para o procurador, o caso está encerrado.
Toninho do PT, como era conhecido, foi morto a tiros em setembro de 2001, oito meses depois que ele havia assumido a Prefeitura de Campinas. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), de São Paulo, concluiu que ele foi morto porque atrapalhou a fuga de sequestradores ligados a Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.
"Ele [Marrey] não conhece o inquérito, nunca conversou comigo. A decisão dele só pode ser corporativista", afirmou Garcia.

Pesquisa
A viúva de Toninho lembrou que, em pesquisa recente elaborada pelo Ibope a pedido do Diretório Estadual do PT, 68% dos moradores de Campinas ouvidos não acreditavam na versão do assassinato do prefeito incluída no inquérito do DHPP.
Garcia afirmou que fez inúmeros pedidos à Polícia Civil referentes às investigações, mas que não haviam sido atendidos. Ela afirmou que não sente confiança nos policiais locais como condutores de qualquer possível nova investigação. Entre os casos que não teriam sido investigados com profundidade, ela cita a morte de comparsas de Andinho pela polícia, em Caraguatatuba (SP).
De acordo com Garcia, a reabertura do inquérito referente ao assassinato do prefeito petista de Santo André (ABC paulista), Celso Daniel, ocorrido no ano passado, serviu como estímulo para que ela persistisse no intuito de retomar as investigações. De acordo com Garcia, em Santo André, a participação do Ministério Público foi fundamental para a reabertura do inquérito. "Gostaria que aqui, em Campinas, os promotores exercessem o mesmo papel decisivo", afirmou Garcia.



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