São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

É hoje só

O governo trabalhava ontem a toque-de-caixa para empenhar, até o final desta última semana do ano, praticamente todos os recursos destinados ao PAC no Orçamento de 2007. A estimativa é que, de um total de R$ 15,8 bilhões que ainda estavam por ser empenhados, somente R$ 100 milhões escapem desse mutirão. O restante entrará em 2008 como "restos a pagar" para ser liberado a partir de janeiro.
A correria embute uma preocupação política: dar respaldo, ainda que indireto, ao discurso de Lula, que desde a rejeição da CPMF pelo Senado vem repetindo que os investimentos do PAC não serão afetados pela necessidade de compensar a perda dos R$ 38 bi.

Panetone 1. Na véspera de Natal foram liberados mais R$ 350 milhões em emendas ao Orçamento deste ano. O governo espera que os recursos, majoritariamente para Saúde, Cidades e Integração, acalmem os parlamentares, aflitos com os cortes de 2008.

Panetone 2. Além disso, o Executivo publicou ontem no "Diário Oficial" uma nova reestimativa de receita, o que abre a possibilidade de outras liberações de emendas. Desta vez, houve "excesso de arrecadação" de R$ 613 milhões.

Pecado. Receoso de perder até R$ 150 milhões em obras hídricas com a tesourada no Orçamento, o governador Jaques Wagner (PT-BA) alega que seria um vexame depois de todas as promessas feitas a d. Cappio, recém-saído da greve de fome contra a transposição do São Francisco.

Megafone. Unafisco e Sindireceita estão na vanguarda do protesto sindical contra a promessa do governo de adiar reajustes do funcionalismo para compensar a perda do imposto do cheque.

Quente. Janeiro será decisivo para a definição do tamanho final do Orçamento. No dia 15, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) deve apresentar sua estimativa final das receitas. Oito dias depois, os relatores setoriais se reúnem para tentar um improvável acordo sobre onde cortar. Tudo para que em 12 de fevereiro o relator-geral, José Pimentel (PT-CE), dê o veredicto.

Aleluia! José Serra chegou rigorosamente no horário à missa fúnebre de d. Aloísio Lorscheider. Segundo o correligionário Tasso Jereissati, se um dia for iniciado o processo de beatificação do arcebispo ficará registrado que esse foi seu primeiro milagre.

Pagantes. Líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves receberá colegas, entre eles o primo Garibaldi Alves, presidente do Senado, na praia de Graçandu, no Rio Grande do Norte, para o Réveillon. Além do convite, quem quiser entrar terá de desembolsar R$ 100 para ganhar a pulseira de acesso.

Queda-de-braço 1. O Metrô de São Paulo bateu o pé, disse que não pagaria de jeito nenhum, mas acabou tendo de depositar R$ 90 milhões -metade do valor reivindicado- na conta do consórcio Via Amarela, o mesmo do acidente na estação Pinheiros. O pagamento ocorreu após determinação de uma junta internacional.

Queda-de-braço 2. O consórcio, que reivindica compensação por causa de alterações no método de construção da Linha 4, ameaçava parar a obra. O Metrô ainda pode recuperar o dinheiro a depender da decisão final, em março, do tribunal de arbitragem que analisa o caso.

Calendário. A executiva do PT de Porto Alegre marcou para 16 de março, um domingo, a prévia que definirá o candidato do partido à prefeitura. Disputam o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto e a deputada federal Maria do Rosário. São 12 mil filiados, mas a direção estima que compareçam às urnas cerca de 4.000.

Tiroteio

"Não servi a um presidente derrubado por corrupção e não sou conselheiro do Planalto e de uma empresa privada ao mesmo tempo."


De CARLOS LUPI sobre Marcílio Marques Moreira, ex-ministro de Fernando Collor hoje à frente do Conselho de Ética da Presidência; o órgão recomendou a demissão de Lupi pelo fato de ele acumular a pasta do Trabalho e a presidência do PDT.

Contraponto

Hora do recreio

Os discursos se arrastavam no plenário da Câmara na sessão de outubro passado em que foi aprovada a regulamentação da emenda 29, destinadora de recursos para a saúde. Geraldo Magela (PT-DF) pediu a palavra:
-Não estarei presente na votação. Tenho outros compromissos. Mas, se aqui estivesse, votaria a favor!
Colbert Martins (PMDB-BA) fez graça do colega:
-Temos uma novidade aqui hoje: o voto futuro!
O presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP) emendou:
-Um apelido em homenagem à medicina: voto vacina!
Enquanto o debate sobre nomes se alongava, Magela tratou de encurtar sua presença no plenário.


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