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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
É hoje só
O governo trabalhava ontem a toque-de-caixa para
empenhar, até o final desta última semana do ano,
praticamente todos os recursos destinados ao PAC no
Orçamento de 2007. A estimativa é que, de um total
de R$ 15,8 bilhões que ainda estavam por ser empenhados, somente R$ 100 milhões escapem desse mutirão. O restante entrará em 2008 como "restos a pagar" para ser liberado a partir de janeiro.
A correria embute uma preocupação política: dar
respaldo, ainda que indireto, ao discurso de Lula, que
desde a rejeição da CPMF pelo Senado vem repetindo
que os investimentos do PAC não serão afetados pela
necessidade de compensar a perda dos R$ 38 bi.
Panetone 1. Na véspera de
Natal foram liberados mais
R$ 350 milhões em emendas
ao Orçamento deste ano. O
governo espera que os recursos, majoritariamente para
Saúde, Cidades e Integração,
acalmem os parlamentares,
aflitos com os cortes de 2008.
Panetone 2. Além disso, o
Executivo publicou ontem no
"Diário Oficial" uma nova
reestimativa de receita, o que
abre a possibilidade de outras
liberações de emendas. Desta
vez, houve "excesso de arrecadação" de R$ 613 milhões.
Pecado. Receoso de perder
até R$ 150 milhões em obras
hídricas com a tesourada no
Orçamento, o governador Jaques Wagner (PT-BA) alega
que seria um vexame depois
de todas as promessas feitas a
d. Cappio, recém-saído da
greve de fome contra a transposição do São Francisco.
Megafone. Unafisco e Sindireceita estão na vanguarda
do protesto sindical contra a
promessa do governo de adiar
reajustes do funcionalismo
para compensar a perda do
imposto do cheque.
Quente. Janeiro será decisivo para a definição do tamanho final do Orçamento. No
dia 15, o senador Francisco
Dornelles (PP-RJ) deve apresentar sua estimativa final das
receitas. Oito dias depois, os
relatores setoriais se reúnem
para tentar um improvável
acordo sobre onde cortar. Tudo para que em 12 de fevereiro
o relator-geral, José Pimentel
(PT-CE), dê o veredicto.
Aleluia! José Serra chegou
rigorosamente no horário à
missa fúnebre de d. Aloísio
Lorscheider. Segundo o correligionário Tasso Jereissati,
se um dia for iniciado o processo de beatificação do arcebispo ficará registrado que esse foi seu primeiro milagre.
Pagantes. Líder do PMDB
na Câmara, Henrique Eduardo Alves receberá colegas, entre eles o primo Garibaldi Alves, presidente do Senado, na
praia de Graçandu, no Rio
Grande do Norte, para o Réveillon. Além do convite,
quem quiser entrar terá de
desembolsar R$ 100 para ganhar a pulseira de acesso.
Queda-de-braço 1. O
Metrô de São Paulo bateu o
pé, disse que não pagaria de
jeito nenhum, mas acabou
tendo de depositar R$ 90 milhões -metade do valor reivindicado- na conta do consórcio Via Amarela, o mesmo
do acidente na estação Pinheiros. O pagamento ocorreu após determinação de
uma junta internacional.
Queda-de-braço 2. O
consórcio, que reivindica
compensação por causa de alterações no método de construção da Linha 4, ameaçava
parar a obra. O Metrô ainda
pode recuperar o dinheiro a
depender da decisão final, em
março, do tribunal de arbitragem que analisa o caso.
Calendário. A executiva do
PT de Porto Alegre marcou
para 16 de março, um domingo, a prévia que definirá o candidato do partido à prefeitura.
Disputam o ex-ministro do
Desenvolvimento Agrário
Miguel Rossetto e a deputada
federal Maria do Rosário. São
12 mil filiados, mas a direção
estima que compareçam às
urnas cerca de 4.000.
Tiroteio
"Não servi a um presidente derrubado por
corrupção e não sou conselheiro do Planalto
e de uma empresa privada ao mesmo tempo."
De CARLOS LUPI sobre Marcílio Marques Moreira, ex-ministro de
Fernando Collor hoje à frente do Conselho de Ética da Presidência;
o órgão recomendou a demissão de Lupi pelo fato de ele
acumular a pasta do Trabalho e a presidência do PDT.
Contraponto
Hora do recreio
Os discursos se arrastavam no plenário da Câmara na
sessão de outubro passado em que foi aprovada a regulamentação da emenda 29, destinadora de recursos para a
saúde. Geraldo Magela (PT-DF) pediu a palavra:
-Não estarei presente na votação. Tenho outros compromissos. Mas, se aqui estivesse, votaria a favor!
Colbert Martins (PMDB-BA) fez graça do colega:
-Temos uma novidade aqui hoje: o voto futuro!
O presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP) emendou:
-Um apelido em homenagem à medicina: voto vacina!
Enquanto o debate sobre nomes se alongava, Magela
tratou de encurtar sua presença no plenário.
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