São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Painel

RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br

Trincheira

Candidato favorito à presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) recorreu a um tema caro à oposição no pacote de promessas apresentado nos últimos dias a DEM e PSDB: comprometeu-se a dificultar a aprovação da inclusão da Venezuela no Mercosul. O aceno foi um dos argumentos usados, especialmente por tucanos, para tentar convencer os que na bancada preferem votar em Tião Viana (PT-AC).
Já aprovado na Câmara, o aval ao país de Hugo Chávez depende do Senado. Chegará à Casa com o apoio do PT e será analisado, primeiro, por comissão chefiada por Aloizio Mercadante (PT-SP). O governo tentou manobrar para que lá houvesse a decisão final, sem envio ao plenário, mas não houve acordo.



Memória. De Sarney, em 21 de dezembro do ano passado: "Se a Venezuela dá seguidas demonstrações de desapreço pela democracia, não faz sentido violar as regras do Mercosul para acolhê-la".

Cabide. PSDB, PTB e PR disputam palmo a palmo três secretarias da Mesa do Senado, cujas estruturas reúnem gabinete de luxo e fartura de cargos. De acordo com o regimento, as únicas atribuições das secretarias são "contar votos" quando eles são em cédulas de papel, anotar nomes, organizar listas e fazer leitura das atas das sessões.

Corrente. Com os votos do PSDB dados como certos, Roseana Sarney (PMDB-MA) telefonou ontem para alguns senadores "demos" pedindo que, mais do que manifestação de líderes, o partido oficialize o apoio da bancada.

Fio do bigode. Diante da ameaça de traições na segunda-feira, coordenadores e aliados da campanha do deputado Michel Temer (PMDB-SP) asseguram que ele terá mais de 300 votos. "No PSDB eu asseguro que ele terá pelo menos 53 dos 56 votos", diz o líder da bancada, José Aníbal (SP), que nega informações sobre dissidentes tucanos.

Murchou. O debate que a TV Câmara pretendia realizar entre os quatro candidatos à presidência da Casa acabou virando uma rodada de entrevistas individuais, no dia da eleição, com... representantes dos candidatos.

No mundo da... Líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) foi visto no Fórum Social Mundial, em Belém. Questionado sobre as articulações governistas nas eleições do Congresso, desculpou-se: afirmou que passou os últimos 20 dias de férias, sem ler jornal.

Business 1. Apesar da crise diplomática, uma delegação de italianos está no Brasil tentando abocanhar parte do contrato do trem-bala entre Rio e São Paulo, uma das estrelas do PAC. Representam as empresas Ansaldo, Italferr e Ferrovie dello Stato -sendo as duas últimas estatais.

Business 2. Os empresários se encontraram ontem com o vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e ainda iriam ao BNDES e à ANTT (agência de transportes terrestres).

Trégua. Depois de se atacarem pela imprensa por causa das demissões no país, Carlos Lupi (Trabalho) e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, tiveram encontro ontem em Brasília para acertar os ponteiros.

Casa cheia. Para o jantar que oferecerá no dia 13 a Dilma Rousseff (Casa Civil), Marta Suplicy (PT) está convidando todos os senadores, deputados federais, estaduais e vereadores do PT de São Paulo, além de prefeitos da região metropolitana.

Dia de fama. O governador José Serra (PSDB-SP) sai de férias hoje por uma semana, mas o vice, Alberto Goldman (PSDB), e o presidente da Assembleia, Vaz de Lima (PSDB), viajarão ao Chile. Comandará o Estado por um dia o presidente do Tribunal de Justiça, Roberto Bellocchi.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Enquanto o governo não tiver uma política clara para a questão ambiental, continuará batendo cabeça, sem rumo e sem solução."

Do deputado RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP), sobre a divergência pública dos ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, em torno da reforma do Código Florestal.

Contraponto

Realpolitik

Com uma bancada de quatro senadores, o PR virou um dos alvos da ofensiva do senador José Sarney (PMDB-AP) sobre os votos que foram prometidos a seu concorrente, Tião Viana (PT-AC). No meio da semana, apenas João Ribeiro (TO) mantinha-se fiel ao petista, enquanto Expedito Junior (RO), Magno Malta (ES) e Cesar Borges (BA) inclinavam-se para Sarney. Abordado por um jornalista, Ribeiro prometeu mudar o voto dos colegas:
-O sr. não teme ficar sozinho...-, insistiu o repórter.
Ao que o senador respondeu:
-Meu filho, na vida você até faz sexo sozinho. Mas política sozinho, jamais.


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