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PREVIDÊNCIA
Para aprovar a emenda, Planalto vai retirar dispositivo que institui cobrança previdenciária dos inativos
Governo desiste de taxar os aposentados
da Sucursal de Brasília
O governo vai
adotar duas medidas para tentar aprovar a reforma da Previdência na Câmara: retirar o
dispositivo da
emenda que institui a cobrança
previdenciária dos inativos e liberar os recursos destinados pelos
deputados ao Orçamento.
A cobrança da contribuição dos
servidores inativos é o item de
maior resistência entre os deputados da base de apoio do governo.
Para garantir que a mudança no
projeto não obrigará seu retorno
ao Senado para novas votações, o
governo vai "enquadrar" o presidente da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP). O Planalto tentará fazer com que Temer siga a decisão
do presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
ACM decidiu que a retirada de
pontos da reforma administrativa
não faz com que a emenda volte à
outra Casa. "Não voltar é muito
complicado. Ficará uma discussão
subjetiva entre o que altera e o que
não altera a emenda", disse o relator Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
A saída proposta a Temer será a
mesma adotada por ACM. O dispositivo que cria a cobrança dos
aposentados do serviço público
deve ser considerado prejudicado.
Na linguagem parlamentar, significa que o item não será votado
porque já foi rejeitado pela Casa
em outra ocasião. As tentativas de
taxar os inativos foram derrubadas pela Câmara por duas vezes.
Para evitar desgaste político, Temer deverá consultar informalmente ministros do STF (Supremo
Tribunal Federal) para verificar se
a decisão tem respaldo jurídico.
As medidas foram acertadas ontem na reunião dos líderes governistas com os ministros Sérgio
Motta (Comunicações), Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) e
Reinhold Stephanes (Previdência).
Na reunião, o governo dispôs-se
a dar a contrapartida, liberando os
recursos destinados pelos deputados às suas bases por meio do Orçamento do ano passado.
Na reunião de ontem, os líderes
dos partidos governistas apontaram o presidente da CEF (Caixa
Econômica Federal), Sérgio Cutolo, e o ministro Antonio Kandir
(Planejamento) como os responsáveis pelo atraso no atendimento
das emendas dos parlamentares.
Os líderes reclamaram que Cutolo não tem atendido prefeitos nem
deputados. Motta prontificou-se a
falar com o presidente da Caixa.
O líder do PTB na Câmara, Paulo
Heslander (MG), disse que os deputados governistas estão inconformados com a não-liberação dos
recursos para atender as suas
emendas. "Eu não tenho mais o
que prometer. Não posso vender
lote no céu", disse Heslander.
O líder do PTB afirmou que os
deputados já sofrem desgaste eleitoral ao votar as reformas administrativa e da Previdência: "Então, tem que haver uma política
compensatória, com a liberação
das verbas para as emendas".
A Folha telefonou para a assessoria de imprensa do presidente da
CEF. A assessoria afirmou que os
diretores José Lopes Coelho ou
Sandra Beatriz responderiam às
críticas hoje.
(DENISE MADUEÑO,
LUIZA DAMÉ e LUCIO VAZ)
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