São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


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Raiva teria motivado denúncia

da Sucursal de Brasília

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Jorge Pagura, atribuiu as denúncias de Nicéa Pitta a "problemas de ordem pessoal" que a levaram a uma "raiva desmedida". Pagura negou envolvimento com irregularidades e ameaçou interpelar Nicéa na Justiça por causa da afirmação de que participaria de uma "caixinha" para a qual seriam dirigidas propinas pagas por fornecedores de medicamentos.
A "raiva" de Nicéa teria começado, segundo o secretário, porque ele não atendeu a pedidos dela. Ela teria pedido, por exemplo, a transferência da creche de um hospital municipal para o Casa, entidade assistencialista que dirigia. Também teria pedido que Pagura providenciasse ambulâncias para plantões em festas natalinas.
As solicitações não foram atendidas. Segundo o secretário, Nicéa teria afirmado que "passaria por cima" dele.
Pagura disse ainda que outra causa da raiva de Nicéa foi a demissão do superintendente do Hospital do Servidor Público por suposta apresentação de diploma falso. Sem revelar o nome do demitido, o secretário disse que ele era ligado à ex-primeira-dama.
Pagura procurou se isentar de responsabilidades por eventuais casos de superfaturamentos nas compras de medicamentos feitas por cooperativas do PAS, antigo sistema de saúde do município.
Segundo ele, as cooperativas tinham total autonomia para fazer as compras. "Não há e nem pode haver influência da secretaria nas compras das cooperativas."
O secretário disse ainda que implementou um sistema computadorizado de controle dos preços pagos pelas cooperativas.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) manifestou dúvidas quanto à eficácia do sistema. Ele citou um medicamento para hepatite tipo C, adquirido por R$ 2,64 pela prefeitura, que poderia ter sido comprado da Fundação Oswaldo Cruz por R$ 0,18.
Pagura afirmou que as tabelas com preços de referência apresentadas por Nicéa para comprovar o suposto superfaturamento não são da secretaria, ao contrário do que afirmou a primeira-dama.
Cesar Castanho, chefe de gabinete e concunhado do secretário, também negou envolvimento com irregularidades.
Vicente Delamanha, apontado por Nicéa como suposto denunciante das irregularidades nas compras do PAS, negou tudo.


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