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SEM REAÇÃO
Enquanto a ex-mulher estava em CPI na Câmara, prefeito paulistano despachava com secretário
Pitta critica denúncia feita pela OAB
ANGÉLICA SANTA CRUZ
da Reportagem Local
Enquanto a ex-primeira-dama Nicéa Pitta fazia novas
denúncias em Brasília, o prefeito de
São Paulo, Celso
Pitta, despachava em seu gabinete
com o secretário de Esportes,
Fausto Camunha.
Tranquilo e sorridente, o prefeito discutia com Camunha se deve
participar da 6ª Maratona de São
Paulo, evento marcado para o dia
11 de julho e patrocinado pela Rede Globo, que veiculou as primeiras denúncias de sua ex-mulher.
Só no final da tarde, comentou o
pedido de impeachemnt da OAB
e as novas acusações de Nicéa.
OAB - O prefeito disse estar surpreso com o fato de o pedido de
impeachment da Ordem dos Advogados do Brasil estar fundamentado em argumentos como
suas quatro condenações judiciais. "Isso é estranho vindo da
OAB. De acordo com a Constituição, toda pessoa é presumilvemente inocente até esgotar todos
os recurso na esfera jurídica. Isso
deveria ser levado em consideração. Do ponto de vista técnico-jurídico, posso dizer que não há novidades em relação a situações divulgadas e não comprovadas".
QUÉRCIA - Na CPI dos Medicamentos, Nicéa Pitta disse que o
prefeito recebia visitas do ex-governador Orestes Quércia. Pitta
respondeu: "Recebi o ex-governador uma única vez em minha
casa, na época em que estávamos
definindo uma nova filiação partidária. Acredito que foi por volta
de agosto ou setembro. O ex-governador aceitou o convite e me
retribuiu com outro, de um jantar
em sua casa. Nicéa não participou
da conversa, nem foi tratado nenhum assunto que não fosse a base governista ou a possibilidade
de eu ir para o PMDB".
REGIS - Celso Pitta acusou o vice-prefeito de "oportunista", dizendo que Regis de Oliveira tentou se unir a oposicionistas para
derrubá-lo. "Ele quer tomar o lugar do prefeito".
PAS - O prefeito evitou entrar
em detalhes sobre as denúncias,
feitas por sua ex-mulher, de que
unidades do PAS seriam usadas
para fazer caixa de campanha e
de que haveria irregularidades no
hospital do Campo Limpo. "O
que Nicéa disse foi desmentido
em seguida pelo doutor Delamanha (Antônio Delamanha, diretor do hospital que, segundo Nicéa, teria relatado a ela as irregularidades). Essa grande mentira,
essa grande trama, está sendo
desmentida peça por peça".
PMDB - Os dez vereadores do
PMDB, partido que integra a base
governista na Câmara, decidiram
votar a favor do impeachment. O
prefeito atribuiu a virada ao momento político. "Há um contexto
de nervosismo e ebulição na Câmara. O que me interessa na verdade é o resultado final".
ESTRATÉGIA - Pitta disse que
pretende conversar com as lideranças da bancada governista para mudar a disposição de votar a
favor do impeachment. "Em relação à peça apresentada pela OAB,
vou fazer esclarecimentos de todos os pontos com as lideranças".
SUBORNO - Pitta negou que a
prefeitura tenha "contatos" com
o novo alvo das denúncias de suborno de vereadores, o ex-funcionário da Câmara Rivaldo Sant'anna. "O Executivo não faz esse
tipo de prática. O prefeito tem
apoio na Câmara".
CANDIDATURA - O prefeito
afastou a possibilidade de sofrer
um impeachment e reforçou a
possibilidade de tentar a reeleição. "Existem apenas duas alternativas para meu governo. Uma é
concluir meu mandato no dia 31
de dezembro deste ano. A alternativa seria a eventualidade de eu
vir a me candidatar".
Pitta aposta no fim da crise política iniciada com denúncias de
sua ex-mulher nas próximas semanas. Um dos argumentos usados pelos vereadores da base governista que ameaçam votar a favor do impeachment é que o prefeito não teria "projeto político".
O prefeito afirmou que pode
precipitar sua decisão de se candidatar outra vez. "Hoje existe
uma indefinição que não é só minha, mas das outras candidaturas
também. No decorrer do desenvolvimento desse assunto, é possível que essas decisões sejam
precipitadas. Se existe hoje essa
lacuna, ela pode ser preenchida
na próxima semana. Não só eu
como outros candidatos poderão
antecipar suas decisões."
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