São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


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NO AR
Mais um, mais um

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Nicéa Pitta, vestindo colete à prova de balas e com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida à frente, prendeu os óculos no cabelo esvoaçante e começou.
Ao vivo na Globo News e em trechos nos telejornais, foi deitando nomes como Orestes Quércia, ACM, Paulo Maluf, Celso Pitta, o secretário Jorge Pagura etc.
Os nomes vinham acompanhados de expressões como contas no exterior, financiamento de campanha, 25% de comissão, enriquecimento, laranjas, compras superfaturadas, fita gravada.
O pefelista relator da CPI, que era contra o depoimento, disse que foi inútil. Um peemedebista chamou Nicéa de adjetivos como "burra".
Mas a mulher faz um estrago toda vez que fala, ainda que sem provas, como deram de dizer até as Globos.
Ela iniciou um movimento, de evolução já sem controle, atingindo a cada dia "mais um", na expressão do Jornal Nacional, ontem.
Que o digam Orestes Quércia, alvo do dia, e Paulo Maluf, acusado de tramar um golpe contra Tancredo Neves, mais de 15 anos atrás.
Foi no Roda Viva, anteontem na Cultura, mas até o Cidade Alerta, ontem na Record, trazia a acusação, acrescentando que "ninguém fica impune à história".
Cultura e Record podem acrescentar, mas este escândalo, dia após dia, é da Globo. O Jornal Nacional levou adiante o movimento com mais um testemunho, ontem:
- Um empresário abre o jogo sobre a corrupção na Prefeitura de São Paulo. Ele revela quanto as empresas de ônibus pagam de propina. E diz quem recebe e quem distribui o dinheiro do suborno.
O empresário surgiu com imagem e voz distorcidas, mas sempre firme e deitando nomes: João Carlos Martins, Getúlio Hanashiro, Pitta.
Etc.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br


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