São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


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Documento aponta superfaturamento

da Reportagem Local

Representação encaminhada ontem ao Ministério Público de São Paulo e documentos encaminhados à CPI dos Medicamentos apontam superfaturamento de até 300% nos preços de medicamentos comprados em janeiro do ano passado pelo módulo 6 do extinto PAS (Plano de Atendimento à Saúde), em São Miguel Paulista.
Na denúncia, também há a suspeita de suposto favorecimento e irregularidades em contratos de fornecimento de medicamentos assinado pela gerenciadora do módulo com a empresa Kosmetik Comercial Ltda.
Documentos obtidos pelo vereador Carlos Neder (PT) mostram que a empresa forneceu em janeiro do ano passado uma ampola de penicilina ao módulo cobrando R$ 1,80 a unidade.
Na época, a Secretaria da Saúde comprava o mesmo medicamento por R$ 0,45 -a diferença de 300%-, segundo comparação feita com a ata de registro de preços da secretaria. A ata é uma lista de preços pelos quais a secretaria compra medicamentos.
A compra do módulo 6 foi feita com base em um contrato assinado em junho de 96 com a Kosmetik. O contrato, com duração inicial de um ano, acabou sendo prorrogado e chegou a valer até pelo menos abril do ano passado.
Pelo menos uma renovação de contrato foi feita após auditoria encomendada pela própria Secretaria da Saúde concluir que a Kosmetik havia vendido, em 96, medicamentos com preços superfaturados em até 64% para o módulo 2 do PAS, no Butantã.
Pelas denúncias de Neder, em um dos contratos que assinou com a Kosmetik, sem licitação, a gerenciadora do módulo também permitiu que a empresa se instalasse em uma área pública sem pagar por isso, incluindo uso de telefones, água e energia.
A secretaria informou que todos os contratos assinados por gerenciadoras dos extintos módulos do PAS passaram por auditoria. As irregularidades encontradas estão sendo analisadas pela Secretaria de Negócios Jurídicos. A Folha procurou a Kosmetik, mas foi informada de que os diretores não estavam na empresa.


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