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Ex-primeira-dama
cita ex-governador
da Sucursal de Brasília e free-lance para a Folha
A intervenção do deputado Salatiel Carvalho (PMDB-PE) esquentou o clima no depoimento
de Nicéa Pitta. Irritada com as
críticas do deputado à falta de novas denúncias no depoimento,
Nicéa lembrou que Salatiel é do
mesmo partido do ex-governador paulista Orestes Quércia.
"O sr. é do PMDB? Então está
explicada a sua admiração (surpresa). O seu partido está dentro
da máquina pública", disse ela.
Ela acusou Quércia de ter ido à
sua casa oferecer dinheiro ao prefeito Celso Pitta e orientação para
ele constituir uma poupança para
pagar advogados e enfrentar processos após deixar a prefeitura.
"Não me envolvo com corrupto
como o sr. Quércia, que foi à minha casa oferecer valores altíssimos", disse. No final do depoimento, Salatiel afirmou que
Quércia vai processar Nicéa.
Quércia
O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) disse ontem que não
vai processar a ex-primeira-dama
Nicéa Pitta porque, segundo ele,
"ficou óbvio que foi uma bobagem".
Quércia afirma que encontrou
com Nicéa uma única vez, quando foi jantar na casa do prefeito
Celso Pitta (PTN), para dizer a ele
que seu nome havia sido rejeitado
pelo PMDB.
"Nunca conversei com ela, só
aquela vez, com o marido dela
junto." Pouco antes, segundo o
ex-governador paulista, o prefeito
Pitta havia jantado na casa dele
para pedir que o PMDB aceitasse
sua filiação.
"Burro"
A ex-primeira-dama chamou o
deputado de burro. "Quando um
burro fala, o outro cala a boca",
disse, quando o deputado a interrompeu. "Se a sra. se considera
burra, eu não me considero", respondeu Salatiel.
Nicéa negou que tenha chamado Pitta de "negro safado", conforme reportagem da revista "IstoÉ". Ela disse que vai processar
judicialmente a revista e distribuir
o dinheiro que ganhará de indenização a entidades assistenciais.
"Já provei que não tenho preconceito, me casei com um negro.
Meu ex-marido provou que é preconceituoso porque teve várias
mulheres brancas na vida dele",
declarou.
A ex-primeira-dama de São
Paulo Nicéa Pitta sugeriu, no final
de seu depoimento, que o Congresso Nacional investigue o
"enriquecimento" do presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Se ele defende
CPI para tudo quanto é órgão,
porque não defende uma CPI para ele? Salvador também merece
uma CPI", declarou a ex-primeira-dama.'
Ao comentar a nova menção de
Nicéa a seu nome por Nicéa, o senador Antonio Carlos Magalhães
disse apenas que "em Salvador
não precisa de CPI, porque não
tem Nicéa Pitta".
O senador não quis dar mais declarações sobre as acusações da
ex-primeira-dama de São Paulo.
(LUIZA DAMÉ e VALÉRIA DE OLIVEIRA)
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