São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


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Ex-primeira-dama cita ex-governador

da Sucursal de Brasília e free-lance para a Folha


A intervenção do deputado Salatiel Carvalho (PMDB-PE) esquentou o clima no depoimento de Nicéa Pitta. Irritada com as críticas do deputado à falta de novas denúncias no depoimento, Nicéa lembrou que Salatiel é do mesmo partido do ex-governador paulista Orestes Quércia.
"O sr. é do PMDB? Então está explicada a sua admiração (surpresa). O seu partido está dentro da máquina pública", disse ela.
Ela acusou Quércia de ter ido à sua casa oferecer dinheiro ao prefeito Celso Pitta e orientação para ele constituir uma poupança para pagar advogados e enfrentar processos após deixar a prefeitura.
"Não me envolvo com corrupto como o sr. Quércia, que foi à minha casa oferecer valores altíssimos", disse. No final do depoimento, Salatiel afirmou que Quércia vai processar Nicéa.

Quércia
O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) disse ontem que não vai processar a ex-primeira-dama Nicéa Pitta porque, segundo ele, "ficou óbvio que foi uma bobagem".
Quércia afirma que encontrou com Nicéa uma única vez, quando foi jantar na casa do prefeito Celso Pitta (PTN), para dizer a ele que seu nome havia sido rejeitado pelo PMDB.
"Nunca conversei com ela, só aquela vez, com o marido dela junto." Pouco antes, segundo o ex-governador paulista, o prefeito Pitta havia jantado na casa dele para pedir que o PMDB aceitasse sua filiação.

"Burro"
A ex-primeira-dama chamou o deputado de burro. "Quando um burro fala, o outro cala a boca", disse, quando o deputado a interrompeu. "Se a sra. se considera burra, eu não me considero", respondeu Salatiel.
Nicéa negou que tenha chamado Pitta de "negro safado", conforme reportagem da revista "IstoÉ". Ela disse que vai processar judicialmente a revista e distribuir o dinheiro que ganhará de indenização a entidades assistenciais.
"Já provei que não tenho preconceito, me casei com um negro. Meu ex-marido provou que é preconceituoso porque teve várias mulheres brancas na vida dele", declarou.
A ex-primeira-dama de São Paulo Nicéa Pitta sugeriu, no final de seu depoimento, que o Congresso Nacional investigue o "enriquecimento" do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Se ele defende CPI para tudo quanto é órgão, porque não defende uma CPI para ele? Salvador também merece uma CPI", declarou a ex-primeira-dama.'
Ao comentar a nova menção de Nicéa a seu nome por Nicéa, o senador Antonio Carlos Magalhães disse apenas que "em Salvador não precisa de CPI, porque não tem Nicéa Pitta".
O senador não quis dar mais declarações sobre as acusações da ex-primeira-dama de São Paulo. (LUIZA DAMÉ e VALÉRIA DE OLIVEIRA)


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