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PISO
Relatório servirá de base aos parlamentares que querem alterar medida provisória que estabelece R$ 151
Comissão aprova R$ 177 para o mínimo
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A comissão especial da Câmara
que analisa o salário mínimo
aprovou ontem por unanimidade
o parecer do relator, Eduardo
Paes (PTB-RJ), apontando fontes
de recursos que permitem um aumento do valor para R$ 177, o
equivalente a US$ 100.
O valor acrescenta R$ 26 nos R$
151 anunciados pelo governo. O
relatório servirá de base para os
parlamentares que querem alterar a medida provisória do governo, fixando o salário mínimo, na
comissão mista (formada por deputados e senadores) que será
instalada hoje.
"Politicamente a comissão foi
enfraquecida com o anúncio do
governo, mas o relatório vai dar
fontes consistentes para a comissão mista trabalhar", disse Paes.
A comissão especial da Câmara
não tem poder para apresentar
um relatório para votação, intervindo diretamente no processo
interno do Congresso.
Sua atuação é política, porque
foi criada pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP),
para analisar as diversas propostas de salário mínimo.
Ao contrário, o relatório da comissão mista será submetido à
votação na própria comissão e no
plenário do Congresso (sessão
conjunta da Câmara e do Senado). O parecer de Paes não sugere
diretamente um valor para o salário mínimo, mas fontes de recursos que, aprovadas pelo Congresso, poderão permitir um aumento até R$ 177.
Em seu parecer, Paes adotou sete valores para o mínimo com cálculos dos impactos nas despesas
líquidas da União: R$ 150, R$ 155,
R$ 160, R$ 165, R$ 170, R$ 175 e R$
177. "Caso todas as fontes de receita analisadas fossem aprovadas, seria possível fixar qualquer
um dos valores que dominaram
os debates nesta comissão especial", conclui Paes.
Entre as fontes está a polêmica
tributação de juros sobre o capital
próprio. O item prevê a taxação
sobre o rendimento originário
dos empréstimos feitos com capital da empresa. Sobre esses rendimentos já incide Imposto de Renda mensal na fonte. O rendimento
atualmente é deduzido no acerto
do final do ano da empresa.
Paes propõe cortes nos recursos
destinados no Orçamento da
União para obras irregulares e para uso em publicidade oficial.
O relator lista ainda a aprovação
da emenda constitucional que
disciplina o parcelamento dos
precatórios (dívidas resultantes
de decisão judicial) e leva em conta a estimativa de arrecadação do
Refis (programa de refinanciamento de dívidas do governo federal). O uso de receitas de contribuição sindical e recursos do chamado sistema "S" (Sesi, Senai,
Sesc, Senac, Sest, Senat, Senar e
Sebrae) também está nas fontes
de receita. Já em 2000, a comissão
conta com a manutenção da alíquota de 0,38% da CPMF (imposto do cheque) destinada ao fundo
de pobreza.
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