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ORÇAMENTO
Dívida do SUS foi o entrave
Divergência impede
conclusão de votação
da Sucursal de Brasília
Divergências entre os ministérios da Saúde e do Planejamento
impediram ontem que a votação
da lei orçamentária para este ano
fosse concluída na Comissão de
Orçamento do Congresso.
O líder do governo na comissão,
deputado Alberto Goldman
(PSDB-SP), não conseguiu obter
dos ministérios uma posição comum sobre o buraco de R$ 1,58
bilhão criado pelos parlamentares
no SUS, programa que transfere
para Estados e municípios o atendimento médico e ambulatorial
gratuito prestado pela União.
Esse buraco foi criado na comissão por um acordo entre os partidos que, ao padronizar as despesas do programa em todo o país,
aumentou os gastos do SUS em
R$ 1,58 bilhão.
A nova despesa foi criada sem
receitas correspondentes, e a bancada de parlamentares ligados à
saúde quer que qualquer excesso
de arrecadação durante este ano
seja prioritariamente direcionado
para o SUS.
O ministro Martus Tavares
(Planejamento) é contra o acordo, pois não concorda com as novas despesas e nem com a possibilidade de o excesso de arrecadação ficar previamente comprometido com o SUS.
Já o ministro José Serra (Saúde)
defende o aumento de gastos no
programa, mas gostaria de reduzir parte das novas despesas criadas pelos parlamentares.
Por causa dessa divergência, Alberto Goldman não conseguiu
emplacar a proposta acertada
com o Ministério do Planejamento, que é responsável pela execução orçamentária: trocar o aumento de gastos no SUS pelo
compromisso de gastar R$ 2,1 bilhões a mais em todo o Ministério
da Saúde durante este ano.
"Não dá para ficar negociando
esse assunto pelo telefone, pois
cada um diz uma coisa diferente",
disse Goldman, que tentará agendar uma reunião entre representantes da Comissão de Orçamento e dos dois ministérios para acabar com a polêmica em torno da
questão.
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