São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2001

Próximo Texto | Índice

PAINEL


Pirataria parlamentar
Além de detectar 18 possibilidades de fraudes, os peritos da Unicamp constataram que o painel eletrônico do Senado foi efetivamente violado. Os vestígios foram encontrados pelos técnicos em restos de arquivos apagados cujas datas de criação coincidem ou são próximas às de sessões com votação secreta.

Segredo de polichinelo
O que os técnicos não conseguiram precisar é quem acessou o sistema e para quê. Cerca de 200 pessoas, incluindo funcionários de firmas prestadoras de serviços, poderiam, em princípio, manusear os arquivos. "Que alguém mexeu, mexeu", diz o primeiro-secretário da Mesa, Carlos Wilson (PPS-PE).

Desculpa esfarrapada
A reunião de ontem da bancada do PMDB teve o objetivo de dar a alguns senadores, a seu pedido, uma justificativa para explicar aos eleitores por que não assinaram a CPI da corrupção: a de que não poderiam ficar contra uma decisão partidária.

Longa distância
Do exterior, Amir Lando (PMDB) telefonou para Heloísa Helena (PT). Disse que, apesar do partido, assinará a CPI.

Ironia tucana

Arthur Virgílio (PSDB-AM) quer processar o líder de Marta na Câmara de São Paulo, José Mentor (PT). Por plágio. Diz que expressões como "a CPI é política" e "vai atrapalhar a administração" são dele e pronto.

Reação tardia
CNBB e OAB decidiram cobrar a criação da CPI. A decisão foi tomada por dom Jayme Chemelo e Rubens Approbato, que sentem forte cheiro de pizza.

Está no fogo
Após romper a barreira dos dois dígitos nas pesquisas, Serra (Saúde) virou o alvo preferencial dos adversários de sua candidatura presidencial. Desde já, é tido como a principal estrela da reunião que o PSDB faz sábado, em Belém (PA).

Massagem no ego
O vice Marco Maciel tem sido aconselhado por amigos a aceitar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Evitaria o desgaste de uma campanha eleitoral e poderia vir a presidir o STF, tornando-se o único político a presidir os três poderes.


Limpeza pública
O Tribunal de Contas do Estado de SP perdeu recentemente 18 volumes dos anexos de um processo sobre o contrato da empresa Hidrobrasileira (de Sérgio Motta, morto em 98) para despoluição do Tietê. O conselheiro tucano Robson Marinho foi o último a requisitá-lo.

O novo Zeca
José Orcírio dos Santos (MS), o Zeca do PT, ganhou um novo apelido entre seus companheiros de partido: "Zeca do PFL". O partido não perdoa o governador por convidar um pefelista para o secretariado.

De saída
Suplente de Hildebrando Paschoal, José Aleksandro pretende se afastar da Câmara. Na lista da CPI do Narcotráfico, o deputado pode licenciar-se ou até renunciar ao cargo. No seu lugar, entra Clóvis Queiroz, ligado ao ex-governador Orleir Cameli.

Tríplice espera
Pela terceira vez consecutiva, o subprocurador-geral Antonio Fernando de Souza é eleito pelo colégio de procuradores e pelo pleno do STJ para compor a lista tríplice para a vaga de ministro no tribunal. A nomeação cabe a FHC. Em 96 e 98, não foi o nome escolhido pelo presidente.

Garantia do fundo
Para não assinar a CPI, o deputado Luiz Antonio de Medeiros (PL) pediu a relatoria do texto sobre o FGTS na Câmara.

Excluídos do ninho
A reunião do PSDB em Belém deixou apreensivo o atual comando da sigla. Alguns de seus integrantes só foram chamados após muita chiadeira. Mas Sérgio Machado (CE), adversário de Tasso Jereissati (CE), até ontem não havia sido convidado.

TIROTEIO

De João Herrmann (PPS), sobre o crescimento de Serra nas pesquisas para presidente:
- Meu sonho paradisíaco é ter Lula e Serra como candidatos na eleição de 2002. Não há cenário melhor para Ciro.

CONTRAPONTO

Amor à causa

De passagem por São Paulo, o governador do Acre, Jorge Viana (PT), encontrou o senador Eduardo Suplicy num hotel, tomaram café juntos e descobriram que tinham um compromisso comum, na Fundação Getúlio Vargas. Resolveram dividir o mesmo táxi.
Suplicy e Viana têm em comum a fama de pão-durismo.
Eles conversaram durante o trajeto, e o taxista percebeu que estava conduzindo dois políticos importantes. Na hora de pagar a corrida, ambos colocaram a mão no bolso e descobriram que estavam sem dinheiro.
Em tom de brincadeira, o governador tentou sensibilizar o taxista, sugerindo que ele deveria ser "solidário à causa".
O taxista ficou sem graça.
A essa altura, Viana e Suplicy tinham feito uma busca rigorosa. Juntaram algumas moedinhas e notas de R$ 1, conseguindo pagar a viagem.


Próximo Texto: Aliados em crise: Operação para "abafar" CPI pode custar R$ 1,25 bilhão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.