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HORA DA COLHEITA
Dono de colheitadeira apostou com amigo R$ 500 em que o presidente dirigiria a máquina
Lula colhe milho, e técnico ganha aposta
DA ENVIADA ESPECIAL A PONTA PORÃ
Em tom de aposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu ontem, durante seis minutos, uma colheitadeira de grãos
de milho. Os 3.000 kg que um
técnico disse ter o presidente colhido irão se somar aos 15 mil
que o assentamento Itamarati
prometeu doar ao Fome Zero.
Por R$ 500, o dono da máquina, o técnico Irineu de Paula,
apostou com um amigo que faria Lula dirigir a colheitadeira.
"Disse que, se ele não dirigisse,
teria de pagar a minha aposta.
Lula respondeu que preferia dirigir", disse de Paula, que confessou ter votado em José Serra.
A doação vem da primeira colheita do assentamento, que espera colher 60 mil toneladas
-1% da produção de Mato
Grosso do Sul- até abril.
Cerca de 60% da área do assentamento é destinada ao plantio comercial, com benefício coletivo. O restante é para o consumo das 1.143 famílias.
A área fazia parte das propriedades de Olacyr de Moraes, o
"ex-rei da soja", e era destinada à
agricultura em escala empresarial. O projeto fracassou, e o
Banco Itaú assumiu a área como
garantia hipotecária. No final de
2000, o governo federal comprou cerca de 25 mil hectares.
"O projeto está muito no início, e precisamos da ajuda do
Lula", afirmou Alfonsa Ribeiro,
48, que reclama da falta de energia elétrica e de rede de água e esgoto -toda família tem um poço improvisado. "Com o tanto
de veneno que é usado nas plantações, a gente fica preocupada
de a água estar contaminada."
Próximo ao assentamento, outras famílias esperam a ampliação do projeto. Segundo o governo do Estado, no máximo
cem estão acampadas nas estradas. A Folha contou pelo menos
300 barracos de lona, madeira
ou folhas de palmeira nas laterais de uma rodovia que liga o
assentamento a Ponta Porã.
"Estamos muito felizes por ter
uma casa e um lugar para plantar, mas há pelo menos outras
400 famílias que também precisam da ajuda do presidente para
ter uma terra", afirmou Marlene
dos Reis, 39, uma das coordenadoras do núcleo feminino do assentamento Itamarati.
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