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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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Projeto do Fome Zero previa 5 mi de assentados

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O projeto Fome Zero exibido por Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral previa o assentamento de 1 milhão de famílias, o equivalente, pelas contas feitas pelo PT, a 5,1 milhões de pessoas. A promessa, se cumprida, significaria um recorde em termos de reforma agrária no país.
Com 118 páginas, o Fome Zero é o mais volumoso e ambicioso dos 23 documentos que compõem o programa de governo petista. Os diagnósticos e as metas do projeto, porém, estão sendo radicalmente revistos desde o desfecho das eleições.
Em sua formulação original, o projeto colocava sua previsão de assentamentos entre as medidas destinadas ao combate à fome, ao lado, por exemplo, da ampliação dos benefícios previdenciários -proposta também descartada pelo governo.
O Fome Zero foi lançado por Lula em outubro de 2001, antes da decisão do PT de anunciar o compromisso com os contratos do país e as metas fiscais impostas pelo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Elaborado após a moderação do discurso petista, o documento-síntese do programa de Lula fala apenas em "acelerar" a reforma agrária.
O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) declara ter assentado mais de 600 mil famílias. Reportagem da Folha mostrou, no entanto, que os números na era FHC foram "inflados". O Incra contabilizava como assentamentos terrenos vazios e áreas sem casas ou infra-estrutura básica.


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