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Para presidente do TST, política de
Palocci contradiz discurso de Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do TST (Tribunal
Superior do Trabalho), Francisco
Fausto, criticou a política econômica do governo Luiz Inácio Lula
da Silva e disse que há incompatibilidade entre o "discurso social"
do presidente e e as ações do Ministério da Fazenda, ontem, durante visita às obras do Fórum
Trabalhista de São Paulo.
Ele reclamou de cortes orçamentários na Justiça do Trabalho
e classificou o ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda) de "motorneiro" do país. Fausto disse
que "os discursos de Lula e Palocci são incompatíveis".
O presidente do TST atacou especificamente o fato de Lula ter
anunciado como prioritária a
aprovação de projeto de lei para a
criação de 269 novas varas trabalhistas, segundo Fausto instrumentos para a fiscalização e combate ao trabalho escravo, ao mesmo tempo em que a Fazenda teria
enviado nota técnica ao Congresso considerando o projeto de custo elevado.
"De um lado temos o discurso
do presidente Lula, apresentado
solenemente no Palácio do Planalto, durante o lançamento do
plano de erradicação do trabalho
escravo, e de outro, o da área técnica do governo", afirmou.
Segundo Fausto, o presidente
da Câmara, João Paulo Cunha
(PT-SP), teria lhe dito que o projeto de lei 3384, que prevê a criação
das novas varas, havia sido retirado da pauta de votação da Casa
por causa da nota técnica da área
econômica.
"Foi uma nota técnica [a da Fazenda] por baixo do pano, porque
as relações entre o Legislativo e o
Judiciário são independentes.
Quando a área econômica solta
um parecer dessa natureza, está
fazendo uma interferência que
considero indébita. Aceitar que a
área econômica tem o poder de
interferir no diálogo entre o Judiciário e o Legislativo é demais",
afirmou Fausto.
O presidente do TST se queixou
ainda do corte orçamentário que
a Justiça do Trabalho sofreu. O
governo anunciou uma redução
de 62,5% do orçamento de investimentos previsto para 2003. As
dotações para projetos do Judiciário Trabalhista sofrerão, segundo
a assessoria do Tribunal Superior
do Trabalho, cortes de R$ 40,2 milhões, caindo de R$ 64,3 milhões
para R$ 24,1 milhões.
Fausto afirma que os cortes
"podem inviabilizar" obras do
Poder Judiciário. Entre as que poderão ser prejudicadas, de acordo
com Fausto, estão a do Fórum
Trabalhista de São Paulo (que estão previstas para terminar em
dezembro), do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio de Janeiro, dos tribunais do Rio Grande do Norte e de Mato Grosso e da
sede do TST.
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