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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Racha deve ocorrer se não houver consenso no Rio Grande do Sul
PDT e PTB podem romper a aliança com PPS nos Estados
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O PDT e o PTB pretendem romper as alianças estaduais com o
PPS, caso não seja encontrado um
nome de consenso para disputar
o governo do Rio Grande do Sul
pela Frente Trabalhista -aliança
que reúne os três partidos em torno da pré-candidatura de Ciro
Gomes (PPS) à Presidência.
A decisão foi tomada pelos líderes dos dois partidos em reunião
na casa do presidente nacional do
PDT, Leonel Brizola, na semana
passada. Às 10h de hoje, haverá
outra reunião na sede regional do
PDT. Deve ser a última chance de
união da Frente Trabalhista. Caso
o impasse continue, o PDT e o
PTB pretendem oficializar a decisão de rompimento com PPS na
disputa estadual nesta terça-feira.
Os três partidos divergem sobre
o nome que deve disputar o governo gaúcho. O ex-governador
Antônio Britto (PPS) ameaça lançar sua candidatura, mas não
conta com o apoio do PDT. Os pedetistas fizeram forte oposição ao
governo de Britto, de 1995 a 1998.
O vice-presidente nacional do
PTB e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou ontem que o PPS deve resolver a questão no Rio Grande do
Sul para então integrar a Frente
Trabalhista nos demais Estados.
"O PPS é quem sabe. Se quiser
participar, ótimo. Se não, fica o
PTB e o PDT", afirmou.
Ao ameaçar o fim da aliança
com o PPS nos Estados, o PDT e o
PTB pretendem pressionar a sigla
a não lançar Britto. Com a verticalização das alianças, o rompimento com os petebistas e pedetistas
nos Estados deixaria o partido de
Ciro sem mobilidade para se aliar
regionalmente a outras legendas,
devido à coligação nacional com o
PDT e o PTB. A opção proposta
ao nome do Britto vem do PDT,
que defende o vereador José Fortunati como candidato.
"Acho que essa hipótese [rompimento do PDT e e do PTB com
o PPS nas alianças estaduais] não
existe. O problema do Rio Grande
do Sul vai ser acertado. Mas qualquer tipo de pressão contra o partido é uma pressão contra a candidatura de Ciro", afirmou o presidente nacional do PPS, senador
Roberto Freire.
Ciro Gomes, que participou ontem em Santo André, na Grande
de São Paulo, de ato da Força Sindical em comemoração do Dia do
Trabalho, não quis comentar a
possibilidade de ruptura da Força
Trabalhista nos Estados.
Contra o tempo
Britto programa o lançamento
da sua candidatura para esta
quarta. O prazo para um entendimento dado pelo ex-governador
ao PDT encerra-se amanhã.
Uma das soluções analisadas
para resolver o impasse seria lançar Britto como deputado estadual para puxar votos e formar
uma bancada forte no Estado. O
senador José Fogaça (PPS-RS)
concorreria à reeleição. O PPS negou tal acerto. Se a situação gaúcha inviabilizar a aliança nacional,
o PDT já prepara seu "plano B":
indicar o presidente nacional do
partido, Leonel Brizola, para a
Presidência da República, em
uma candidatura própria.
Brizola estipulou duas condições para o PDT integrar a Frente
Trabalhista: a reprodução da
aliança nacional nos Estados e a
não-candidatura de Britto. O PPS
forçou a candidatura de Britto
criando o impasse. Uma das críticas ao nome de Britto é a sua atuação nas privatizações de estatais
criadas durante o período em que
Brizola governou o Rio Grande
do Sul (1959-1962).
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