São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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PAINEL

Ou ele ou eu
Desabafo de Alfredo Nascimento, ontem, a cinco deputados e três senadores de Mato Grosso do Sul: "Não agüento mais o presidente ou ele não me agüenta mais". O ministro referia-se ao anúncio de obras feito por Lula sem consultá-lo. E para as quais nunca há dinheiro.

Tempo perdido
A bancada de Mato Grosso do Sul fora pedir o apoio de Nascimento a obras no Estado. O ministro dos Transportes -que assumiu há pouco mais de um mês por indicação do PL- respondeu que de nada adiantaria um novo projeto "para tirar dinheiro de onde não tem".

Palavras ao vento
Ex-prefeito de Manaus, Nascimento disse ser de uma terra onde, "quando o chefe manda, o subordinado executa; se não executa, o chefe demite; ou sai". Segundo ele, Lula promete, mas a área econômica não libera os recursos para a execução.

Base de lançamentos
No encontro de ontem, o ministro dos Transportes estava particularmente aborrecido com o anúncio presidencial de obras em três rodovias federais, a um custo de R$ 540 mi. A pasta teria apenas R$ 140 mi.

Calça curta
A decisão da cúpula do PMDB de condenar o projeto de reeleição das mesas do Congresso é um recado de Renan Calheiros ao Planalto: José Sarney, que ontem saiu do sério com o alagoano, não pode ser a única voz do partido ouvida pelo o governo.

Sorry, comissário
José Dirceu bem que tentou arrancar do PMDB uma declaração favorável à emenda da reeleição. Desta vez não deu.

Negócios e oportunidades
A decisão da Executiva Nacional do PMDB não enterra a reeleição das Mesas. Apenas valoriza o projeto como moeda de troca. E tensiona de vez o ambiente no Senado, a cada dia mais parecido com o que se viu à época da eleição de Jader Barbalho.

Era feliz e não sabia
Do senador e ex-ministro Cristovam Buarque (DF) em reunião da bancada do PT: "Se Renan Calheiros for eleito presidente do Senado, ainda vamos ter muitas saudades de Sarney".

Ventilador ligado
A CCJ do Senado aprovou a convocação do ex-secretário Nacional de Segurança Luiz Eduardo Soares, que deixou o governo atirando ao dizer que avisara o Planalto sobre as atividades de Waldomiro Diniz.

Prazo de validade
Segundo o ministro Eunício Oliveira (Comunicações), a indicação de Francisco Egídio para a Caixa não é sua. Teria sido feita há 13 meses pela bancada do PMDB e encaminhada por ele na condição de líder.

Só pensa naquilo
De tanto insistir para que José Serra saia candidato a prefeito, o tucano Alberto Goldman pensa ter assustado o amigo: "Quando chego perto, ele me dispensa: "já sei o que você quer'".

Tenho dito
Antonio Donato, ex-secretário municipal e candidato a vereador pelo PT, rebate crítica de Luiza Erundina às subprefeituras: "Marta colocou em prática a descentralização administrativa que no governo Erundina, infelizmente, não saiu do papel".

Mercado futuro
Magno Malta (PL-ES) visitou na terça-feira o deputado estadual Campos Machado, principal liderança do PTB em São Paulo. Discutiram as eleições de 2006. O senador já pertenceu à bancada federal petebista.

Visita à Folha
Jarbas Passarinho, coronel da reserva, ex-governador do Pará, ex-senador, ex-ministro e consultor da presidência da CNI (Confederação Nacional da Indústria), visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Paulinho (PDT), presidente da Força Sindical e pré-candidato a prefeito de SP, sobre o fim da exigência de que empresas do Primeiro Emprego não façam demissões por um ano:
-Agora, para contratar o filho, vão mandar embora o pai.

CONTRAPONTO

Voto explosivo

Representantes do Tribunal Superior Eleitoral têm viajado pela América do Sul, a convite de governos locais, para demonstrar o funcionamento da urna eletrônica, utilizada em eleições no Brasil desde 1996.
Há cerca de duas semanas, o presidente do TSE, Sepúlveda Pertence, e o secretário de informática do tribunal, Paulo Camarão, participaram de encontro em Quito com embaixadores da América Latina no Equador.
Assim como o Brasil, o país vizinho realizará eleições municipais em outubro próximo. As urnas serão fornecidas pelo TSE.
Considerado o pai da urna eletrônica brasileira, Camarão explicava o funcionamento do sistema quando alguém lembrou que sua formação profissional é de físico nuclear. Pertence interrompeu e, em portunhol bem-humorado, sentenciou:
-Comprendan, cada uno faz la buemba que puede.


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