São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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PAINEL

De surpresa
Enredado na preparação para sua primeira entrevista coletiva, hoje, o presidente Lula foi informado das saídas de Marcos Lisboa da Fazenda e de Eduardo Loyo do Banco Central pouco antes do anúncio oficial.

Desejo antigo
Murilo Portugal, nome de expressão na equipe econômica de FHC, já havia sido sugerido por Antonio Palocci (Fazenda) para a presidência do Banco Central e, antes da mais recente troca de ministros, para o Planejamento.

Corpo estranho
Reza a crônica palaciana que, quando Palocci sugeriu o "tucano" Portugal no BC, Lula cortou a conversa: "Assim é melhor chamar logo o Armínio Fraga". Quando se cogitou fazê-lo ministro do Planejamento, José Dirceu (Casa Civil) e Aloizio Mercadante torceram o nariz.

Aquecimento
Pouca gente percebeu. Na semana passada, ao deixar Washington depois da reunião do FMI para cumprir agenda em Nova York, Antonio Palocci já estava acompanhado de Murilo Portugal, agora seu secretário-executivo na Fazenda.

Sem intermediários
Do deputado Raul Jungmann (PPS-PE) sobre a nomeação de Murilo Portugal, recém-saído do FMI, como número 2 da Fazenda: "É um gestor competente. Mas a leitura é que o Brasil não vai mais ao Fundo. O Fundo vem ao Brasil. Para ficar".

Consultoria
Durante a entrevista, Lula deverá contar com a ajuda de alguns ministros, que poderão ficar postados na primeira fila do auditório. Os detalhes eram acertados na noite de ontem.

Outra vez
José Dirceu se queixou a amigos de que não gostou de ter sido repreendido por Lula por conta do apoio dado a Wilma de Faria (PSB) no Rio Grande do Norte, para desgosto do PMDB.

Esperando na esquina
O ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) aguarda explicação de Roberto Rodrigues (Agricultura), que qualificou como "imbecilidade" a idéia do colega de mudar os índices de produtividade no campo para fins de desapropriação.

Festa do DNA
O PSDB fará na próxima quarta, em Brasília, um seminário, com FHC à frente, para marcar os cinco anos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Quer lembrar quem é o pai da criança.

Azeitona na empada
O ato será palanque para presidenciáveis tucanos com os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG) e o prefeito de São Paulo, José Serra. A idéia é explorar a "boa gestão fiscal" como marca de governo e contraponto aos petistas.

Tucano-petismo 1
O prefeito paulistano, José Serra (PSDB), e a vereadora Soninha (PT), acompanhados de outras cinco pessoas, dividiam mesa na noite de quarta-feira no Astor, bar da Vila Madalena.

Tucano-petismo 2
Os palmeirenses Serra e Soninha encontraram-se por acaso no jogo da seleção. Do Pacaembu seguiram para o Astor. Estavam com eles o genro do prefeito, o filho com a namorada e dois assessores da vereadora.

Via rápida
O deputado Pauderney Avelino (PFL-AM) consultou o presidente do STF para saber se um decreto legislativo pode revogar a verticalização. Nelson Jobim ficou de estudar, mas a princípio acha que só emenda constitucional pode tratar do tema.

Ataque-surpresa
A estratégia conjunta de PFL, PSDB e PP é driblar a obstrução da Câmara para, a toque de caixa, aprovar Augusto Nardes (PP-RS) para ministro do TCU, contra o José Pimentel (PT-CE). O governo promete reagir.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a tão aguardada primeira coletiva do presidente da República:
-Até Bento 16 atendeu a imprensa antes de Lula. E o papa nem precisou ensaiar.

CONTRAPONTO

Primeiro a raiva

A petista Telma de Souza entrou como azarão nas eleições para a Prefeitura de Santos em 1988. Na reta final, a candidatura teve um crescimento que surpreendeu até correligionários.
Fechadas as urnas, Telma percorreu os locais de apuração acompanhada do hoje deputado estadual Fausto Figueira.
Apesar da euforia, notaram em dado momento que os votos dela decresciam à medida que aumentavam os de Dal Bosco Amaral, candidato do PMDB, com quem a explosiva Telma mantinha rivalidade figadal.
Abatidos e desconfiados de fraude, foram para a casa de Figueira. Às 4h da manhã, toca o telefone. Era Dal Bosco Amaral, reconhecendo a derrota.
Figueira acordou e foi avisar a eleita, que estava insone na sala. Telma deu um berro:
-Quem ele pensa que é pra ligar essa hora? Que se enxergue!
Só depois festejou a vitória.


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