São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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PRIMEIRA VEZ

Fora da agenda, ministro foi ontem ao Torto; entrevista terá 14 perguntas

Lula recebe Jucá e proíbe réplica na sua 1ª coletiva

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na véspera de conceder sua primeira entrevista coletiva oficial no Palácio do Planalto em dois anos e quatro meses de poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu por duas horas na Granja do Torto o ministro Romero Jucá (Previdência), alvo de uma série de acusações de desvios de verbas públicas.
O Planalto anunciou no início da noite que serão proibidas eventuais réplicas dos jornalistas, mas a Folha apurou que o presidente pode fazer esclarecimentos em caso de dúvida. Marcada para as 10h30, a entrevista terá 14 perguntas -nove dos veículos que fazem a cobertura jornalística diária do presidente e cinco de outros meios de comunicação.
A presença do ministro na residência oficial da Presidência não estava prevista na agenda oficial de Lula, divulgada anteontem. Na reunião com Jucá, também estiveram presentes os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação de Governo).
O publicitário Duda Mendonça também esteve reunido com Lula nos dois dias para ajudá-lo. Duda, marqueteiro de sua campanha em 2002, é homem de confiança de Lula na área de comunicação. Ele preparou todos os pronunciamentos oficiais de Lula e dos ministros desde o início do governo.
Jucá esteve reunido com o presidente para responder a um dos tópicos da "agenda negativa" preparada por auxiliares. Foram feitas a Jucá virtuais perguntas que Lula terá de responder hoje à imprensa a respeito das acusações contra o ministro do PMDB.
Lula passou o dia de ontem reunido com assessores e ministros mais próximos numa sabatina para a entrevista de hoje. Os assessores fizeram a Lula perguntas do que consideram a "agenda negativa". Um dos tópicos principais foram as acusações que pesam sobre Jucá.
Será a primeira vez que Lula dará coletiva no Planalto reunindo todos os tipos de mídia -jornais, rádios, TVs e agências internacionais e de notícias on-line.
A Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência informou ontem que, na entrevista, os jornalistas não terão direito a réplica. Ou seja, se o jornalista perguntar sobre o PMDB, e Lula responder sobre PT, não haverá oportunidade de contrapor, a seguir, a declaração do presidente.
Desde que assumiu o governo, o presidente Lula já deu entrevista, separadamente, para alguns veículos, colunistas de jornais, emissoras de rádio e correspondentes internacionais.
Em 28 meses de gestão, a relação entre Lula e a imprensa já teve momentos tensos, como na época em que o Planalto enviou ao Congresso a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo, que visava "orientar, disciplinar e fiscalizar" o exercício da profissão e das atividades de jornalismo.


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