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Lula sugeriu a Rice
não endurecer o
diálogo com Chávez
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A SANTIAGO
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e o ministro Celso
Amorim (Relações Exteriores)
sugeriram à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, durante sua visita de um dia
e meio a Brasília, que os EUA
não endurecessem contra a Venezuela pois isso só iria aumentar a ameaça de ataques à democracia naquele país.
"Ataques partindo de Washington são um estímulo a um
golpe", avisaram os interlocutores brasileiros de Rice, lembrando do golpe tentado pelo
empresário Pedro Carmona
em 2002. Durou apenas 48 horas, e o presidente Hugo Chávez voltou mais forte ao poder.
"E não se esqueçam: a primeira coisa que o Carmona fez
ao tentar o poder foi fechar o
Congresso. Isso é democracia?", teria dito Amorim.
O conselho foi dado tanto no
encontro de Rice com Lula no
Planalto na terça-feira quanto
no jantar realizado no Itamaraty naquela mesma noite.
Houve a preocupação brasileira, porém, de evitar explicitamente o tom de conselho. O tema foi introduzido em momentos informais.
Apesar das críticas ao estilo
considerado belicoso de Chávez, o governo e a diplomacia
insistiram em defender que seu
governo foi sucessivamente legitimado nas urnas.
A questão Venezuela continua sendo um divisor de águas
nas relações do Brasil com os
EUA. Enquanto o Brasil defende o governo, Washington é o
mais duro crítico de Chávez.
Rice introduziu duas reuniões dizendo com todas as letras que não gostaria de "venezuelizar" sua viagem ao Brasil.
A jornalista Eliane Cantanhêde viaja
a convite do Itamaraty
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