São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2005

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

No grito

No dizer de Fátima Bernardes, na Globo, o ministro Humberto Costa e o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, "bateram boca".
Foi mais. Segundo a rádio CBN, "houve insultos pessoais e socos na mesa".
De todo modo, o Jornal Nacional foi contido e reproduziu tão-somente o seguinte, de Bornhausen:
- Saúde é coisa séria. Não é para fazer política. Nem para ser candidato a governador de Pernambuco. Nem para fazer arbitrariedade e ilegalidade.
Falava da intervenção nos hospitais do Rio.
Resposta de Humberto Costa, no trecho reproduzido pelo JN -das imagens da TV Senado que, ao vivo, haviam mostrado muito mais:
- Neste país existe Lei de Responsabilidade Fiscal e, no entanto, um prefeito que deixa faltar medicamento não sofre nada e ainda quer fazer discurso político de grande gestor.
É a campanha para 2006.
O senador pefelista, na avaliação da Folha Online, "tenta reverter o prejuízo à imagem da pré-candidatura pefelista à Presidência", do prefeito do Rio, Cesar Maia.
Já o ministro petista "tenta jogar a responsabilidade pela intervenção, suspensa em parte pelo Supremo, na ineficiência da Prefeitura do Rio".
 
Talvez para não ficar atrás, não demorou e ontem um tucano foi para cima de um petista, no braço, na Câmara Municipal de São Paulo.
O SPTV exibiu longamente o grotesco embate entre os nobres parlamentares.

Reprodução
NO BRAÇO Protagonizada pelo tucano Dalton Silvano e pelo petista João Antônio, segundo o SPTV, a "briga" na Câmara paulistana teve cenas violentas -que o Jornal Nacional, depois, preferiu não mostrar

Vai mal 1
"Problema no quintal", anunciou o título da "Economist" sobre a América Latina:
- Após quatro anos, George W. Bush está prestando atenção. Por que o súbito interesse? Porque as coisas vão mal.
A democracia pode "sofrer reveses", os EUA perdem influência e não emplacam seu candidato na OEA, enquanto cresce a da China. O que fazer?
Para começar, diz a revista, "parar de chamar de quintal". E começar a investir:
- A esperança de estabilidade é uma América do Sul mais rica. Os EUA podem fazer mais.

Vai mal 2
"Vitória do Brasil", bradaram manchetes do JN ao Jornal da Band. Era ratificação da decisão da OMC, de 2004, contra o subsídio europeu ao açúcar.
Mas as coisas não vão bem na Organização Mundial do Comércio, avisa a "Economist". As conversas para a liberalização do comércio "simplesmente perderam todo o ânimo".
A revista admite que "soa alarmista", mas reafirma que desta vez há risco de tudo se perder -e avalia que "a culpa pelo estado lamentável é muito ampla". Vai do Brasil e da China à União Européia e aos EUA.

OS BRAÇOS DOS BANQUEIROS

O UOL traduziu e destacou a longa entrevista de Chico Buarque ao "El País". Um dos trechos sobre Lula:
- Eu votei nele e continuo tendo confiança. São estreitas as margens que tem para mudar as coisas e há parcelas da esquerda impacientes. Mas a sua obrigação é governar para todos. Além disso, não foi só a esquerda que o elegeu, mas outros setores amplos da sociedade. Em vez de ter ciúme, devíamos estar próximos dele, porque, acredite, os braços dos banqueiros são confortáveis... Creio que votaria nele de novo. Pelo menos está realizando algumas das coisas que se esperavam dele.

@ - nelsondesa@folhasp.com.br


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