São Paulo, sábado, 29 de abril de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Tucano rebateu críticas do prefeito do Rio

Alckmin diz que condição do PFL para oficializar chapa é "bobagem"

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em negociação com o PPS para a costura de uma aliança, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, subiu o tom ao comentar ontem as condições do PFL -em especial as críticas do prefeito do Rio, Cesar Maia- para oficialização da chapa nacional. Alckmin chamou de "bobagem" e, por isso, disse que não iria comentar a freqüência com que recebe ataques de Maia.
Ele manifestou sua contrariedade ao sugerir que a aliança se faça política com base em "princípios e valores": "A aliança que vamos fazer com o PFL se faz em torno do país. Não podemos deixar continuar o nível da política brasileira: mensalão, "valerioduto", falta de equipe [...]. Temos que nos unir para cumprir um projeto, um programa, fazer política com objetivos, princípios, valores. Assim que se faz política", pregou Alckmin, prometendo ampliar o arco de alianças.
Segundo tucanos, a costura com o PPS inclui o apoio do PSDB aos candidatos do partido no Acre e no Mato Grosso, por exemplo, além de alianças em Estados, como São Paulo e Pernambuco.
Ontem, em seu ex-blog, Maia acusou o PSDB de "cooptação" na articulação da aliança com PFL: "O PSDB quer reproduzir a prática anterior e ter o PFL, seu apoio eleitoral, seu tempo de TV, e depois -se eleito- entregar uns cargos. Isso não é Concertación, mas política velha de cooptação".
Segundo tucanos, Alckmin demonstra irritação com alguns setores do PFL. Eles duvidam ainda de acordo em alguns Estados apontados como prioritários pelos pefelistas, como Maranhão, Goiás e Rio. Na Bahia, parte do PSDB deverá apoiar, informalmente, o governador Paulo Souto.
Alckmin admitiu que não cumprirá o prazo fixado para concluir o acordo, 15 de maio. "Ninguém acredite que isso vai se resolver esta semana, nos próximos dias. Não é assim na política. Temos até o fim de maio." Ele reafirmou o interesse no apoio do PMDB, ainda que informal. Mas, ao responder se procuraria o ex-governador Anthony Garotinho, que já chegou a ser cotado para ser seu vice, frisou: "O apoio do PMDB".
Ontem, Alckmin visitou o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato do PSDB ao Governo, José Serra, que se recupera de uma cirurgia -os dois não posaram para fotos porque Serra está com conjuntivite. Como Serra tem um capital político próprio e Alckmin, alta aprovação no Estado, os dois terão aparições públicas, a partir da semana que vem, quando, segundo Alckmin, os dois farão um "giro" pelo interior.
Serra também o acompanhará fora do Estado. Alckmin informou a Serra ter convidado o vereador José Aníbal para que se integre à campanha, desistindo de concorrer ao Governo.
Houve, segundo Alckmin, troca de experiência: "Ouvi agora do Serra: "Campanha é assim mesmo. Tem que agüentar até agosto, porque vai ficar todo dia, não decola, está atrás na pesquisa". Tem que ter paciência'".


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