|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serra não é clone de FHC, diz Nizan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Nem colar, nem esconder."
Essa é a forma como Nizan Guanaes, marqueteiro de José Serra,
pré-candidato do PSDB ao Planalto, diz pretender tratar o papel
do presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha.
Para chegar ao segundo turno,
Serra precisa dos votos dos que
desejam um candidato ligado ao
governo, fatia de 20% a 25%, a depender da pesquisa. No entanto,
para ganhar, o tucano precisa pescar votos na fatia de mais de 60%
que preferem um candidato sem
ligação com o presidente.
Para ilustrar o dilema, um tucano brinca que Serra deveria ser totalmente FHC no primeiro turno
e totalmente anti-FHC no segundo. Logo, seu discurso terá algum
grau de ambiguidade.
"O Serra não é clone do Fernando Henrique nem eles são univitelinos. Não há o que esconder, porque Serra é o candidato do governo. E não há o que colar, porque
ele possui suas características e
tem dito de público que fará mudanças", afirma Nizan.
Para o marqueteiro, "é um falso
dilema colar ou não colar". As
más notícias na economia serão
administradas como crises passageiras: "Se for mantido o rumo,
coisa que o Serra é o mais preparado para fazer, será possível vencer turbulências", diz ele.
Ou seja, mais uma vez, a exemplo da disputa em 98 entre FHC e
o petista Luiz Inácio Lula da Silva,
a campanha governista terá o mote segurança versus risco.
Como acertado entre FHC e
Serra, o pré-candidato terá espaço
para marcar diferenças. Em contrapartida, o presidente deixou
claro não ter margem para mágica econômica, como quer o entorno do pré-candidato. FHC, por
exemplo, não pressionou o Conselho de Política Monetária a baixar os juros, como queria Serra. A
taxa básica do Banco Central continuou em 18,5% ao ano. Para os
serristas, sem queda dos juros, a
economia caminhará para a recessão.
(KENNEDY ALENCAR)
Texto Anterior: PSDB muda tema de propaganda Próximo Texto: Pronto-Socorro: Serra e Rita pedem ajuda aos médicos Índice
|