São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

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Quércia nega, sob pressão, aliança com PT paulista

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente regional do PMDB de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, foi pressionado ontem por deputados estaduais e federais de seu partido e teve de recuar publicamente a respeito de uma declaração sua do dia anterior sobre uma aliança informal com o PT paulista.
Anteontem, o ex-governador Orestes Quércia procurou a Folha três vezes, por iniciativa própria, a partir do telefone do escritório do próprio ex-governador.
As ligações estão relacionadas no identificador de chamadas do jornal. Quércia disse que já estava formalizado um acordo nos seguintes moldes:
1) Senado - o PT e o PMDB lançariam apenas um candidato ao Senado cada. Há duas vagas em disputa neste ano. Seriam o deputado Aloizio Mercadante (PT) e o próprio Quércia pelo lado peemedebista;
2) Governo - Quércia desistiria de se lançar ao Palácio dos Bandeirantes e apoiaria informalmente o candidato do PT, José Genoino. Eventualmente, se fosse possível uma aliança em nível nacional do PMDB com o PT, Quércia indicaria o candidato a vice na chapa petista.
A Folha telefonou para o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), que confirmou o acordo.
Ontem, a bancada dos oito deputados federais do PMDB discordou de Quércia, segundo a Folha apurou.
A solução encontrada pelo ex-governador de São Paulo foi negar publicamente o que havia dito ao jornal no dia anterior, por iniciativa própria.
Os deputados acham melhor ter um candidato ao governo do PMDB para garantir mais votos para a legenda e facilitar a eleição de uma bancada mais numerosa para a Câmara.
Em sua nota oficial negando o que havia dito, entretanto, o ex-governador admite o encontro que teve com a cúpula do PT no último sábado.
Leia a seguir a íntegra de nota divulgada ontem por Quércia:
 
A notícia veiculada hoje, no jornal Folha de S.Paulo, pelo jornalista Fernando Rodrigues, segundo a qual eu teria feito aliança informal com o Partidos dos Trabalhadores para ser candidato a senador, não é verdadeira.
Sendo candidato a governador de São Paulo só poderia realizar alianças nesse sentido. Além disso, qualquer aliança passaria por uma composição incluindo toda a chapa proporcional de deputados.
A reunião que tive com dirigentes estaduais e nacionais do Partido dos Trabalhadores, no último fim de semana, levou em conta a possibilidade de uma aliança formal entre o PT e o PMDB no âmbito nacional, o que acho perfeitamente possível, tendo em vista os compromissos de Lula com o desenvolvimento do País. Havendo entendimento, o PMDB indicaria o candidato a vice-presidente.
São Paulo, 28 de maio de 2002
Orestes Quércia
Presidente Estadual do PMDB



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