|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Quércia nega, sob pressão, aliança com PT paulista
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente regional do PMDB
de São Paulo, o ex-governador
Orestes Quércia, foi pressionado
ontem por deputados estaduais e
federais de seu partido e teve de
recuar publicamente a respeito de
uma declaração sua do dia anterior sobre uma aliança informal
com o PT paulista.
Anteontem, o ex-governador
Orestes Quércia procurou a Folha
três vezes, por iniciativa própria, a
partir do telefone do escritório do
próprio ex-governador.
As ligações estão relacionadas
no identificador de chamadas do
jornal. Quércia disse que já estava
formalizado um acordo nos seguintes moldes:
1) Senado - o PT e o PMDB lançariam apenas um candidato ao
Senado cada. Há duas vagas em
disputa neste ano. Seriam o deputado Aloizio Mercadante (PT) e o
próprio Quércia pelo lado peemedebista;
2) Governo - Quércia desistiria
de se lançar ao Palácio dos Bandeirantes e apoiaria informalmente o candidato do PT, José
Genoino. Eventualmente, se fosse
possível uma aliança em nível nacional do PMDB com o PT, Quércia indicaria o candidato a vice na
chapa petista.
A Folha telefonou para o presidente nacional do PT, deputado
José Dirceu (SP), que confirmou o
acordo.
Ontem, a bancada dos oito deputados federais do PMDB discordou de Quércia, segundo a Folha apurou.
A solução encontrada pelo ex-governador de São Paulo foi negar publicamente o que havia dito
ao jornal no dia anterior, por iniciativa própria.
Os deputados acham melhor ter
um candidato ao governo do
PMDB para garantir mais votos
para a legenda e facilitar a eleição
de uma bancada mais numerosa
para a Câmara.
Em sua nota oficial negando o
que havia dito, entretanto, o ex-governador admite o encontro
que teve com a cúpula do PT no
último sábado.
Leia a seguir a íntegra de nota
divulgada ontem por Quércia:
A notícia veiculada hoje, no jornal Folha
de S.Paulo, pelo jornalista Fernando Rodrigues, segundo a qual eu teria feito aliança informal com o Partidos dos Trabalhadores para ser candidato a senador, não é verdadeira.
Sendo candidato a governador de São Paulo só poderia realizar alianças nesse sentido.
Além disso, qualquer aliança passaria por
uma composição incluindo toda a chapa proporcional de deputados.
A reunião que tive com dirigentes estaduais e nacionais do Partido dos Trabalhadores, no último fim de semana, levou em conta
a possibilidade de uma aliança formal entre o
PT e o PMDB no âmbito nacional, o que acho
perfeitamente possível, tendo em vista os
compromissos de Lula com o desenvolvimento do País. Havendo entendimento, o
PMDB indicaria o candidato a vice-presidente.
São Paulo, 28 de maio de 2002
Orestes Quércia
Presidente Estadual do PMDB
Texto Anterior: STJ rejeitou denúncia contra ex-governador Próximo Texto: Águas Passadas Índice
|